2015: Portugueses pedem maior coesão e gestão rigorosa de recursos

Diretor da Faculdade de Ciências Humanas da UCP afirma que esperança e incerteza vão marcar ano que inicia

Lisboa, 09 jan 2015 (Ecclesia) – O ano de 2015 vai ser marcado pela incerteza e pela esperança condicionado por eleições legislativas, e a proximidade das presidenciais, mas onde uma “sociedade civil mais mobilizada” pedirá maior coesão e gestão rigorosa.

Terminado o programa de assistência financeira da Troika, em maio de 2014, “temos a esperança que o cenário económico e social, mesmo sem recuperar índices antigos, promova indicadores do ponto de vista da estabilidade social como também de alguma recuperação económica e bem estar para as família em geral”, admite José Miguel Sardica, diretor da Faculdade de Ciências Humanas (FCH) da Universidade Católica Portuguesa (UCP).

Mas, sublinha o docente, o cenário de campanha “que vai percorrer todo o ano”, devido às eleições legislativas previstas para setembro ou outubro, e as presidenciais no início de 2016, vai provocar “instabilidade”.

“A incerteza reside em saber se a maioria resultante das eleições será sólida, se haverá coligações estáveis e em que medida um ato (legislativas) pode condicionar o outro (presidenciais) ”.

A participação nos atos eleitorais é outra “indefinição” enunciada pelo comentador da Ecclesia.

“Há novas forças políticas que, sendo minoritárias, podem cativar um voto jovem novo. Se a abstenção diminuir é bom. Se a abstenção aumentar é mais um passo na tendência dos últimos anos que identifica um distanciamento entre o eleitorado e as suas forças políticas”.

O docente universitário regista maior “mobilização e atenção” por parte do eleitorado nos últimos anos, facto que “obriga à responsabilização dos políticos”.

“Para lá das opções do governo e institucionais, faz falta dar coesão à sociedade e ser mais rigoroso na gestão de recursos que são escassos”.

José Miguel Sardica sublinha que o ano de 2015 vai continuar a assistir a uma “tendência positiva”, onde a Igreja, as associações e a esfera civil no geral, “estão mais interventivas lembrando aos políticos o que de facto faz falta”.

No plano internacional o diretor da FCH aponta que a diplomacia portuguesa deverá “por reafirmar uma agenda europeia de integração e coesão, de procura de soluções integradas entre países mais fortes e mais fracos”.

Serão vários os Estados-membros a realizar eleições ao longo do ano, facto que José Miguel Sardica indica ser ocasião para “ratificação à política europeia” e um alerta para a “construção da Europa”.

“Não pode haver um euro para ricos e para pobres, que sirva uns e não outros. Portugal tem de se bater não por um acatamento, mas por um lugar de pertença com uma voz mais forte, ou pelo menos mais insistente”.

O papa Francisco tem sido uma figura de destaque e, segundo o diretor da FCH, vai continuar a “recentrar o debate político nas grandes questões: a família, a guerra, a economia”.

“O Papa tem voltado a velhos/novos temas, em novas formas: exclusão social, desemprego, guerra, que atentam contra a dignidade humana que um bem que é universal”.

 O comentário de José Miguel Sardica pode ser acompanhado no programa Ecclesia deste domingo, na Antena 1.

LS

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