2013: Bispo de Viseu alerta para necessidade de ajudar com rapidez «quem mais precisa»

D. Ilídio Leandro quer «organização justa» das funções do Estado

Viseu, 02 jan 2013 (Ecclesia) – O bispo de Viseu espera que o novo ano conte com políticas sociais “mais eficazes”, para ajudar quem sofre as consequências da crise, e apelou à “organização justa” das funções do Estado em Portugal

“Deve instaurar-se uma economia social, com a chegarem verdadeiramente e com rapidez a quem mais precisa. Não é justo que vivendo uma crise tão grave, tão prolongada e com tantas consequências no desemprego, uns não tenham meios para viver e outros os possam esbanjar”, alertou D. Ilídio Leandro, na homilia da missa a que presidiu na Sé da diocese, esta terça-feira, Dia Mundial da Paz.

Segundo este responsável, a preservação do Estado Social passa pela “organização justa das funções do Estado, tendo em conta todos os cidadãos, corrigindo excessos, partilhando justiça”.

“Defender, proteger e privilegiar apenas alguns, e esquecer direitos fundamentais e condições de trabalho e de vida dignos para todos – considerem-se pessoas ou povos – será sempre fomentar e aumentar ameaças, tensões, desequilíbrios perigosos e mal-estar geral”, alertou o bispo de Viseu.

D. Ilídio Leandro destacou a ideia de que o desenvolvimento não pode ser somente a favor de alguns, “normalmente de quem se aproveita, de forma oportunista, interesseira e egoísta, privilegiando o lucro e esquecendo a justiça, a solidariedade – os outros”.

“Só um coração atento que observa, ama e escuta pode viver e perceber a paz e ser sinal e instrumento de paz para os outros”, disse, ao comentar a mensagem de Bento XVI para o 46.º Dia Mundial da Paz celebrado pela Igreja Católica, sobre o tema ‘Bem-aventurados os obreiros da Paz’.

Segundo o prelado, do entendimento “justo e sábio desta bem-aventurança” e da sua prática dependem “o bem comum e o bem-estar das pessoas, o equilíbrio económico e social e a preservação do ambiente”.

“Da justa relação com os bens da criação e do seu bom uso dependem a paz neste nosso tempo difícil, caracterizado pela globalização, o justo desenvolvimento humano integral e o relacionamento solidário entre todos os povos”, prosseguiu.

O bispo de Viseu entende ser necessária uma “alteração de cultura, de mentalidade, de políticas e de comportamentos” para uma vida “mais sóbria e mais simples, mais próxima e mais amiga do ambiente, mais fraterna e mais justa”.

OC

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Agência ECCLESIA

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