2010 sob o signo da paz

Apelos dos Bispos portugueses no arranque de um novo ano

O primeiro dia do novo ano foi aproveitado por diversos Bispos do nosso país para lançarem apelos em favor da paz, do diálogo e da preservação do meio ambiente, tendo como pano de fundo a mensagem de Bento XVI para esta celebração.

Em Lisboa, D. José Policarpo recordou que “a acção dos cristãos no seio da sociedade” é a “maior força que a Igreja dispõe”. “Se percebermos que a solução para todos (…) [os] graves problemas da sociedade exige uma profunda revolução cultural e civilizacional, talvez passemos a pôr o acento onde ele deve ser posto: na educação, na família, na comunicação social, nas estruturas culturais, no fundo, na formação para a liberdade, cujo exercício legítimo supõe sempre a responsabilidade da promoção do bem comum”, indicou.

D. António Francisco dos Santos, Bispo de Aveiro, sublinhou que “a família constitui elemento essencial e lugar insubs-tituível na educação dos valores da ecologia, no respeito sagrado e inviolável pela vida humana, pela dignidade da pessoa humana, pela natureza e pelo equilíbrio da criação”. “Não se constrói a paz nem se respeita a criação, destruindo a família humana ou alterando a sua essência antropológica e a sua natureza original”, precisou.

Mais a Norte, o Bispo do Porto defendeu que “será difícil, senão impossível, respeitar a criação enquanto quisermos das coisas o que só espiritualmente se resolve – na ‘alma’ das coisas, poderíamos dizer -, como sentido, segurança e destino”.

“Libertos do medo e da avidez que tão mal o disfarça, deixaremos o mundo respirar e assim respiraremos nós em comunhão serena e autenticamente festiva, ou seja, em que caibamos todos”, referiu D. Manuel Clemente.

Em Viseu, D. Ilídio Leandro apelou a uma “solidariedade universal e comunitária no uso dos bens que Deus criou para todos”, uma exigência, para que o desenvolvimento não beneficie apenas alguns, que privilegiam o lucro e esquecem a justiça. Em causa, apontou, está “o equilíbrio económico e social e a preservação do ambiente”.

D. António Vitalino, Bispo de Beja, diz que “a Igreja tem uma palavra a dizer ao mundo, para que a vida humana continue a ser possível no nosso planeta terra, com dignidade e qualidade para todos”. “Não se trata de impedir o progresso, mas da defesa de bens e valores essenciais à vida através de um desenvolvimento sustentável e justo”, precisa.

 

Crise ecológica

O Bispo de Santarém, D. Manuel Pelino, sublinha que “Bento XVI chama a nossa atenção para a relação da crise ecológica com a crise cultural e moral”.

“A solução impõe um novo estilo ou modo de viver marcado pela sobriedade e pela solidariedade, com novas regras e formas de compromisso. A maneira como o homem se entende na relação com a criação tem a ver com a maneira como se relaciona com Deus”, assinala. Por isso, indica o prelado, é necessária “uma educação permanente para a paz que é dom de Deus, oferta de Cristo e esforço constante de cada um de nós por praticar a justiça, a verdade, o amor e o perdão”.

D. Antonino Dias, Bispo de Portalegre-Castelo Branco, também se centra na questão ecológica para sublinhar que “toda esta problemática reclama que se tomem medidas urgentes”. “Como sabemos, a Cimeira de Copenhaga sobre o clima não permitiu que os governantes do mundo se entendessem sobre as verdadeiras medidas a tomar”.

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Agência ECCLESIA

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