2009: O ano de Bento XVI

O quinto ano de pontificado de Bento XVI foi cheio de acontecimentos e momentos significativos, que fazem dele o mais marcante desde a eleição papal.

O Papa emergiu como uma figura de referência num cenário de crise, não propriamente por causa de qualquer receita específica para restaurar a regulação nas relações entre o trabalho e o capital ou entre as questões financeiras e as necessidades das famílias e empresas, mas porque para lá das teorias e práticas económicas, apresentou um conjunto de exigências éticas essenciais para superar o actual estado de coisas, num horizonte aberto à esperança e à confiança.

Logo no início do ano, perante diplomatas de todo o mundo, Bento XVI defende que “é preciso voltar a dar esperança aos pobres”.

“Como não pensar em tantas pessoas e famílias provadas pelas dificuldades e incertezas que a actual crise financeira e económica causou em escala mundial? Como não recordar a crise alimentar e o aquecimento climático, que tornam ainda mais difícil o acesso à alimentação e à água para os habitantes das regiões mais pobres do planeta?”, questionava, logo a 8 de Janeiro, abordando assim as principais questões que o iriam preocupar durante 2009.

Esta preocupação viria a dominar a encíclica Caritas in veritate, o documento mais forte do pontificado e aquele que mereceu um olhar mais atento, sobretudo por parte de quem não se identifica tanto com a Igreja Católica e a sua hierarquia. No dia seguinte à publicação da encíclica, perante milhares de peregrinos, o Papa deixava clara a sua preocupação de fundo: “Um futuro melhor para todos é possível, se for fundado na redescoberta dos valores éticos fundamentais”.

Ao longo do ano, praticamente todas as crises internacionais mereceram, por parte de Bento XVI, um apelo em favor da paz, da reconciliação e do diálogo. O mesmo aconteceu em várias situações de catástrofe natural ou humana.

Entre os documentos publicados por Bento XVI, para além da sua terceira encíclica, a atenção centrou-se na carta que revogou a excomunhão de quatro Bispos lefebvrianos, em Janeiro, e na Constituição Apostólica publicada no passado dia 9 de Novembro, que apresentava normas para o regresso dos grupos anglicanos à Igreja Católica, assim que os mesmos o solicitem. A convocação do Ano Sacerdotal, que a Igreja ainda se encontra a celebrar, para “fomentar o empenho de renovação interior de todos os sacerdotes para um seu testemunho evangélico mais vigoroso e incisivo”, foi também uma iniciativa papal que ficará para a história do ano.

Outro momento alto foi o encontro com artistas de todo o mundo, no Vaticano, a 21 de Novembro, confirmando uma atenção particular do Papa em relação a esta área específica. Dias antes, numa audiência geral, Bento XVI falava no “caminho da beleza” como “um percurso privilegiado e fascinante para se aproximar do Mistério de Deus”. Junto dos artistas, o Papa quis voltar a falar da necessidade de “entusiasmo e confiança”, no actual cenário de crise, perguntando: “O que pode encorajar o ânimo humano a reencontrar o caminho, a elevar o olhar para o horizonte, a sonhar uma vida digna da sua vocação, a não ser a beleza?”. O tema da beleza concluiria a visita papal à República Checa, uma semana depois, com Bento XVI a usar uma citação atribuída a Kafka – “Quem tem a capacidade de ver a beleza, não envelhece” – para apelar à capacidade de “construir um mundo que reflicta algo da beleza divina”.

Diversas intervenções, culminadas na mensagem para o Dia Mundial da Paz 2010, serviram ainda para reforçar a imagem de “Papa verde”, preocupado em lançar na agenda eclesial e mundial as questões da defesa do ambiente, sempre em ligação com o desenvolvimento integral dos seres humanos.

 

Festa africana

A primeira viagem de Bento XVI a África teve escalas nas capitais dos Camarões e de Angola, sempre com vista para todo o Continente. Milhares de quilómetros e milhões de pessoas depois, o Papa poderá rever com um sentimento de satisfação os dias de uma festa africana.

Vários apelos e mensagens com olhar para o futuro marcam esta visita de sete dias, de 17 a 23 de Março, durante os quais o Papa abordou um longo conjunto de temas: guerras civis, pobreza, tribalismo e rivalidades étnicas, má governação, corrupção e violação de direitos humanos, desigualdade entre sexos e marginalização das mulheres, práticas desumanas e exploração dos recursos naturais por uma globalização injusta.

Logo à chegada, Bento XVI lembrou que “África sofre desmesuradamente: um número crescente de seus habitantes acaba prisioneiro da fome, da pobreza e da doença”.

As intervenções papais em território camaronês tiveram sempre uma perspectiva aberta sobre todo o Continente, particularmente visível na entrega solene do documento que orientou os trabalhos da II Assembleia Especial do Sínodo para a África, em Outubro.

Em Luanda, o Papa pediu aos peregrinos que não se rendessem “à lei do mais forte, porque Deus concedeu aos homens asas para voar sobre os seus defeitos e limitações”, recordando que, em Angola, ainda há “tantos pobres que reclamam pelo respeito dos seus direitos”.

 

Terra Santa: Viagem política, peregrinação espiritual

De 8 a 15 de Maio, Bento XVI cumpriu uma viagem de oito dias à Terra Santa, que começou na Jordânia e incluiu uma passagem nos territórios palestinos, em Belém, antes de se concluir em Israel.

O Papa chamou as atenções do mundo para a situação dos cristãos na região e destacou-se pelas suas tomadas de posição em relação ao conflito israelo-palestino, defendendo de forma inequívoca a criação de um Estado independente na Palestina e a necessidade de um reconhecimento universal do Estado de Israel, condenando todas as manifestações de violência, fanatismo ou anti-semitismo.

Síntese perfeita da viagem são as palavras proferidas na hora de regressar ao Vaticano: “Basta de derramamento de sangue! Basta de confrontos! Basta de terrorismo! Basta de guerra! Interrompamos o círculo vicioso da violência. Que se possa instaurar uma paz estável baseada na justiça, haja verdadeira reconciliação e restabelecimento. Seja universalmente reconhecido que o Estado de Israel tem o direito de existir e de gozar de paz e de segurança dentro de confins internacionalmente reconhecidos. Seja igualmente reconhecido que o Povo Palestino tem o direito a uma pátria independente e soberana, de viver com dignidade e de viajar livremente”.

Sob a sombra da viagem de João Paulo II em 2000, o actual Papa soube deixar para a história vários gestos, palavras e imagens, desta vez não tanto junto do Muro das Lamentações, mas no muro da Cisjordânia, que dominou a visita de Bento XVI a Belém – símbolo, como o próprio reconheceu, do impasse das negociações entre israelitas e palestinos, perante a impotência da comunidade internacional.

Outros momentos marcantes foram a evocação das grandes religiões monoteístas no Monte Nebo (Jordânia) ou na Mesquita de Amã, o encontro no Yad Vashem – com uma clara condenação do Holocausto e de quantos o negam – e a viagem entre a Mesquita da Cúpula da Rocha o Muro das Lamentações, em Jerusalém.

A visita do Papa também foi um claro estímulo para a comunidade cristã – cujo estatuto social, político e económico tem sido cada vez mais afectado -, que ao longo das últimas décadas tem emigrado em massa da Terra Santa, colocando mesmo em risco a preservação dos Lugares Santos paras as várias Igrejas.

 

Guia Social

Bento XVI apresentou no dia 7 de Julho a sua terceira encíclica, Caritas in veritate (A caridade na verdade), um texto de 79 pontos, em que se mostra a um mundo ainda abalado pela crise financeira um conjunto de orientações para o mundo económico e exigências de solidariedade. Lembrar os pobres e os mais desprotegidos no tempo da globalização é o fio condutor do documento, que procura apresentar caminhos para o “verdadeiro desenvolvimento de cada pessoa e de toda a humanidade”.

O Papa repete a palavra “caridade”, que dava o mote à sua primeira encíclica abordando desta feita matérias ligadas ao mundo do trabalho, da economia e do desenvolvimento. Na abertura da encíclica refere-se que há um contexto social e cultural que “relativiza a verdade” e provoca um “esvaziamento” da caridade, o que pode fazer com que “a actividade social acabe à mercê de interesses privados e lógicas de poder”.

Justiça e bem comum são apresentados como critérios orientadores para o agir, também dos cristãos, embora Bento XVI reafirme que a Igreja não tem soluções técnicas para apresentar, mas “uma missão de verdade para cumprir”. “Quando o empenho pelo bem comum é animado pela caridade, tem uma valência superior à do empenho simplesmente secular e político”, pode ler-se.

 

No fim do Comunismo

Bento XVI cumpriu de 26 a 28 de Setembro uma visita de três dias à República Checa, que o próprio classificou como “comovente”.

Logo na sua primeira intervenção, muito retomada pela imprensa internacional, o Papa acenou ao 20.º aniversário da “Revolução de veludo”, que marcou o fim do regime comunista, em que “a circulação de ideias e movimentos culturais era rigidamente controlada”. “Uno-me a vós e aos vossos vizinhos para dar graças pela vossa libertação daquele regime opressivo”, disse.

Na cerimónia de despedida, em Praga, o Papa recordou os momentos passados com a comunidade católica, referindo-se às raízes cristãs dos territórios eslavos, comprovadas por vários santos e mártires, apesar de o país ser hoje maioritariamente ateu e agnóstico.

Quando fez o habitual balanço do ano eclesial, a 22 de Dezembro, Bento XVI retomaria esta realidade checa para defender que “a Igreja deveria também hoje abrir uma espécie de «átrio dos gentios», onde os homens pudessem de qualquer modo agarrar-se a Deus, sem O conhecer e antes de terem encontrado o acesso ao seu mistério, a cujo serviço está a vida interna da Igreja”.

 

Sínodo

De 4 25 de Outubro, África tomou conta do Vaticano, na II assembleia especial do Sínodo dos Bispos para aquele continente que, 15 anos depois, voltou a reunir no Vaticano responsáveis eclesiais, especialistas e convidados para uma reflexão sobre o futuro africano, à luz dos temas da justiça e da reconciliação.

A mensagem final do encontro pede que a comunidade internacional trate o continente africano com “respeito” e altere as regras do jogo económico, com referência especial para a dívida externa.

Os participantes aprovaram 57 propostas nas quais pedem, entre outros, o fim dos conflitos armados e da pena de morte no continente africano. Uma das novidades apresentadas é a proposta de criação de um “fundo de solidariedade continental” para o combate à pobreza, que seria gerido pela Cáritas.

Das propostas sai também o apelo em favor de um tratado internacional sobre o comércio de armas e pela abolição das armas nucleares, biológicas ou de destruição em massa. No centro do documento estão temas como o diálogo inter-religioso, em especial com o Islão e as religiões tradicionais, a defesa do ambiente, a necessidade de democracia em toda a África – em especial face à “expansão” de sistemas despóticos e militares -, a defesa da família ou a atenção aos fenómenos migratórios.

Depois de três semanas de trabalhos, coube a Bento XVI encerrar o Sínodo, falando nos actuais problemas de África e a sua grande necessidade de reconciliação, de justiça e de paz. O Papa destacou as iniciativas da Igreja no campo social, para que “ninguém seja privado do necessário para viver e todos possam ter uma existência digna do ser humano”. Defendeu também que se impõe renovar o “modelo de desenvolvimento global”, para que nenhum povo dele fique excluído.

 

Casos

Uma tempestade mediática rodeou a visita de Bento XVI a África, com a polémica gerada pela posição do Papa a respeito do uso do preservativo – “não se pode superar este problema da SIDA só com dinheiro, mesmo se necessário; mas, se não há a alma, se os africanos não ajudam (assumindo a responsabilidade pessoal), não se pode superá-lo com a distribuição de preservativos: ao contrário, aumentam o problema”, em que surgiram mesmo posições públicas que defendiam o silenciamento do Papa.

Apesar do desgaste provocado por esta polémica, terá sido o caso da remissão da excomunhão aos quatros consagrados pelo Arcebispo Lefebvre, em Janeiro deste ano, que mais incomodou o Papa.

De facto, na carta enviada em Março aos Bispos da Igreja Católica a propósito desta questão, aparecia um Bento XVI preocupado e mesmo magoado ao constatar feridas antigas, falta de paz e inclusive hostilidade para com o Papa. “Fiquei triste pelo facto de inclusive católicos – que no fundo, poderiam saber melhor como tudo se desenrola – se sentirem no dever de atacar-me e com uma virulência de lança em riste”, escreve.

As relações com os judeus foram postas à prova de novo em Dezembro, com a publicação do decreto que reconhece como venerável o Papa Pio XII, que liderou a Igreja Católica durante a II Guerra Mundial. O Vaticano lembrou, a este respeito, que “as disposições de grande amizade e respeito do Papa Bento XVI em relação ao povo judaico já foram testemunhadas muitíssimas vezes e encontram no seu próprio trabalho teológico um testemunho incontestável”.

Num ano em que fracturou o braço durante o Verão, nos Alpes, o Papa voltaria a cair na Noite de Natal, abalroado por Susanna Maiolo, em plena Basílica de São Pedro.

 

Momentos

Janeiro

8 – Encontro com o do Corpo diplomático. Bento XVI lembra crise económica, pobreza, terrorismo, catástrofes naturais e violência crescente contra os cristãos

18 – Bento XVI envia videomensagem para o encerramento do VI Encontro Mundial das Famílias, na Cidade do México

20 – O Papa pediu a Barack Obama que contribua para o “entendimento, cooperação e paz entre as nações”. Bento XVI endereçou um telegrama ao novo Presidente dos Estados Unidos da América no dia da sua tomada de posse

24 – Bento XVI anula a excomunhão a quatro bispos da Fraternidade Sacerdotal São Pio X, consagrados por D. Marcel Lefebrvre em 1988. No dia 28, o Papa reafirma a sua condenação do Holocausto

25 – O Papa destaca a importância das novas tecnologias, em particular a Internet, salientando a criação de um canal de vídeo do Vaticano no YouTube

31 – Bento XVI nomeia o Dominicano português Francolino Gonçalves, investigador da Escola Bíblica e Arqueológica Francesa de Jerusalém, como membro da Comissão Bíblica Pontifícia

 

Fevereiro

4  – Secretaria de Estado do Vaticano exige que o Bispo Richard Williamson se retracte das suas posições negacionistas

12 – O Papa anuncia viagem à Terra Santa. No dia 16, o primeiro-ministro israelita, Ehud Olmert, confirma a visita de Bento XVI a Israel, considerando-a “importante”

19 – Bento XVI recebe o primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, num encontro dominado pela crise financeira internacional e a ajuda aos países menos desenvolvidos

20 – O Papa recebe os membros do Fundo Internacional para o desenvolvimento agrícola (IFAD), das Nações Unidas, defendendo a necessidade de promover novas estratégias para combater a “pobreza rural” e promover o desenvolvimento junto destas populações

26 – Bento XVI anuncia que está a preparar uma encíclica sobre a crise económica e os problemas sociais, durante o tradicional encontro na Quaresma com os sacerdotes da diocese de Roma

28 – O Papa nomeia como novo presidente do Conselho Pontifício para a Pastoral dos Migrantes e Itinerantes o Arcebispo italiano Antonio Maria Veglió

 

Março

2 – O Papa encerra polémica sobre Bispo Auxiliar para Linz, dispensando o padre austríaco Gerhard Wagner de “aceitar o ofício” para o qual tinha sido nomeado

3 – Bento XVI escreve aos jovens de todo o mundo, por ocasião da celebração do Dia Mundial da Juventude, alertando para as “falsas quimeras” do dinheiro, da carreira e do sucesso

6 – Conclui-se no Vaticano a Conferência Internacional sobre o tema «Evolução Biológica: factos e teorias. Uma avaliação crítica 150 anos depois de “A origem das espécies”»

11 – Bento XVI manifesta a sua “profunda dor” perante o regresso dos atentados à Irlanda do Norte

12 – Numa carta aos Bispos de todo o mundo, Bento XVI lançou um duro ataque aos que criticaram a sua decisão de revogar a excomunhão de quatro Bispos, consagrados no ano de 1988 pelo Arcebispo Lefebvre sem mandato da Santa Sé, lamentando em especial que o seu gesto tenha sido obscurecido pela polémica em torno posições negacionistas de D. Richard Williamson sobre o Holocausto

16 – Bento XVI anuncia a convocação de um “ano sacerdotal” especial

17 a 23 –Viagem a África, com passagem por Camarões e Angola – Dossier AE

 

Abril

1 – Bento XVI envia uma mensagem ao primeiro-ministro britânico Gordon Brown, em vésperas da Cimeira do G20. O Papa defende a necessidade de “coordenar os esforços entre governos e organizações internacionais para sair da crise global, sem recorrer a nacionalismos ou proteccionismos”

6 – O Papa manifesta a sua “consternação” perante as trágicas consequências do sismo que abalou o centro de Itália e que provocou mais de 100 mortos, incluindo várias crianças

26 – Canonização de cinco novos Santos, entre os quais S. Nuno de Santa Maria

28 – Bento XVI desloca-se à região italiana de Abruzzo para se encontrar com a população vítima do terramoto

 

Maio

8 a 15 – Viagem à Jordânia, Israel e territórios palestinos. Dossier AE

24 – Bento XVI visita a abadia beneditina de Montecassino, na Itália, assinalando no local o dia de oração pela Igreja na China

 

Junho

5 – O Papa reúne-se com responsáveis da Igreja Católica na Irlanda para discutir o escândalo dos abusos sexuais que atingiu diversas instituições religiosas no país

8- Bento XVI altera alguns processos ligados à demissão do estado clerical, no caso dos sacerdotes que abandonam o ministério para viver com uma mulher ou casar civilmente, em muitos casos sem avisar o seu bispo

16 – Carta para a proclamação do Ano Sacerdotal

19 – Bento XVI condena os “pecados dos pastores” da Igreja e pediu fidelidade aos que foram consagrados neste ministério, na abertura do Ano Sacerdotal, por ele convocado no 150.º aniversário do Santo Cura d’Ars, João Maria Vianney

21 – Visita Pastoral a San Giovanni Rotondo (Itália), onde se encontra sepultado S. Pio de Pietrelcina (1887-1968). O Papa alertou padres, religiosos, religiosas e leigos para os riscos do activismo, em detrimento de uma vida de oração, apelando ao exemplo do Padre Pio

28 – Bento XVI encerra o Ano Paulino, na Basílica de São Paulo fora de muros, deixando duras críticas à “moda” que considera que uma “fé adulta” implica não dar ouvidos “à Igreja e os seus pastores”

 

Julho

3 – Bento XVI nomeia o Arcebispo português Manuel Monteiro de Castro como novo Secretário da Congregação para os Bispos, na Cúria Romana

4 – Numa carta escrita a Sílvio Berlusconi, Bento XVI apela ao G8 que intensifique a ajuda ao desenvolvimento dos países africanos e os países mais pobres e a colocar a ética nas medidas anti-crise

7 – Publicação da Encílica Caritas in veritate. Dossier AE

8 – Publicação do Motu Proprio que reformula a Comissão Pontifícia Ecclesia Dei, encarregue do diálogo com a Fraternidade São Pio X. A presidência deste organismo é assumida pelo Cardeal William Levada, prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé

10 – Bento XVI recebe pela primeira vez no Vaticano o presidente dos Estados Unidos da América, Barack Obama. No centro do encontro estiveram os temas da “política internacional”, à luz dos resultados da cimeira do G8

13 – O Papa chega à localidade de Les Combes de Introd, nos Alpes italianos, para um período de férias que decorre até 29 de Julho

17 – Bento XVI fractura o punho direito, depois de ter caído na casa onde passa alguns dias de descanso

 

Agosto

3 – O Papa envia um telegrama ao Bispo de Faisalabad, no Paquistão, condenando os “ataques sem sentido” contra os cristãos no país

9 – Bento XVI lembra os mártires cristãos e as vítimas do regime nazi, durante a II Guerra Mundial

12 – O Papa recorda as vítimas dos desastres naturais que provocaram várias mortes em localidades da China, Filipinas, Japão e Taiwan

28 a 30 – A missão e o diálogo com as religiões e culturas são os temas do encontro que Bento XVI mantém com os seus antigos alunos, o chamado «círculo Ratzinger»

 

Setembro

2 – Bento XVI recorda o 70.º aniversário do início da II Guerra Mundial, pedindo paz e reconciliação para a Europa

6 – Visita Pastoral a Bagnoregio e Viterbo (Itália), chamada a “cidade dos Papas”. Bento XVI faz um apelo às religiões de todo o mundo, para que contribuam na construção da paz

19 – O Papa anuncia a convocação da Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para o Médio Oriente, que se realizará de 10 a 24 de Outubro de 2010. O encontro reflectirá sobre o tema “A Igreja Católica no Médio Oriente: comunhão e testemunho”

24 – Anúncio oficial da visita de Bento XVI a Portugal, em Maio de 2010. Dossier AE

26 a 28 – Viagem à República Checa. Dossier AE

29 – O Vaticano anuncia que o próximo Dia Mundial das Comunicações Sociais terá como tema “O sacerdote e a pastoral no mundo digital: os novos meios a serviço da Palavra”

 

Outubro

4 a 25 de Outubro – II Assembleia Especial para a África do Sínodo dos Bispos. Dossier AE

4 – Bento XVI recorda milhares de pessoas que foram vítimas das catástrofes naturais que ocorreram no Pacífico e no sudeste asiático

11 – Canonização de cinco novos Santos

24 – Bento XVI nomeia o Cardeal Peter Turkson, do Gana, como novo presidente do Conselho Pontifício Justiça e Paz

29 – O Papa deixa votos de que exista no Irão uma “abertura crescente e uma colaboração confiante” com a comunidade internacional

 

Novembro

8 – Visita Pastoral a Brescia e Concesio (Itália), locais do nascimento e início da vida de Giovanni Battista Montini, que viria a ser o Papa Paulo VI. Bento XVI pede que a Igreja seja “pobre e livre” para poder falar ao homem de hoje

9 – Publicação da Constituição Apostólica Anglicanorum Coetibus, que apresenta as normas para o regresso dos grupos anglicanos à Igreja Católica, assim que os mesmos o solicitem

10 – Apresentação à imprensa do CD “Alma Mater”, com as orações e reflexões sobre a Virgem Maria que o Papa apresentou no Vaticano e nas suas peregrinações por todo o mundo

16 – Na Cimeira Mundial da Alimentação, Bento XVI lança um apelo em favor do acesso “regular e adequado” à alimentação e à água de todas as pessoas do mundo, condenando a “especulação” que chegou ao mercado dos cereais

21 – Bento XVI encontra-se com cerca de duas centenas e meia de artistas de todo o mundo, a quem pediu que sejam “testemunhas de esperança para a humanidade”.

26 – O Papa destaca as descobertas de Galileu numa mensagem escrita por ocasião do congresso “Do telescópio de Galileu à cosmologia evolutiva. Ciência, filosofia e teologia em diálogo”, que se realizou em Roma

27 – Os migrantes e refugiados menores de idade são o tema escolhido por Bento XVI para a sua mensagem para o Dia Mundial do Migrante e Refugiado, que a Igreja Católica celebrará a 17 de Janeiro de 2010

 

Dezembro

4 – Vaticano e Rússia estabelecem relações diplomáticas ao nível de embaixador e núncio apostólico

7 – Bento XVI destaca a necessidade de uma acção concertada da comunidade internacional para fazer face ao fenómeno do “aquecimento global”, sem prejudicar as populações mais pobres nesse esforço

11 – O Papa mostra-se “profundamente entristecido e afectado” pelos casos de abusos sobre menores que envolveram clero da Arquidiocese de Dublin, na Irlanda

15 – Bento XVI dedica a sua mensagem para o Dia Mundial da Paz 2010  (1 de Janeiro) à defesa do ambiente, falando numa “crise ecológica” e apelando à comunidade internacional para que tome medidas que travem as alterações climáticas

15 – Carta Apostólica sob forma de Motu Proprio Omnium in mentem,  com a qual são modificadas algumas normas do Código de Direito Canónico

17 – A Santa Sé anuncia a “demissão do Estado clerical” do antigo Arcebispo de Lusaka, Emmanuel Milingo, que já em 2006 fora excomungado com os quatro sacerdotes casados que ordenara como bispos

19 – O Papa aprova a publicação dos decretos que reconhecem as “virtudes heróicas” de Eugénio Pacelli e de Karol Wojtyla – os Papas Pio XII e João Paulo II – primeiro passo em direcção à beatificação

21 – Bento XVI apresenta um balanço do ano eclesial em 2009, destacando em particular as suas viagens a África e à Terra Santa e a realização do Sínodo dos Bispos

24 – Antes da Missa do Galo, uma mulher derruba o Papa na Basílica de São Pedro. Apesar do aparato, a cerimónia da noite de Natal prosseguiu conforme o previsto

25 – Na sua mensagem Urbi et Orbi, Bento XVI lembra as vítimas da violência, num olhar sobre os vários conflitos que afectam a humanidade de hoje, “profundamente marcada por uma grave crise, certamente económica – mas antes ainda moral – e por dolorosas feridas de guerras”

27 – O Papa defende a família “fundada no matrimónio entre um homem e uma mulher”, considerando que a mesma é de “suma importância para o presente e o futuro da humanidade”. Bento XVI almoça com 150 pobres na comunidade de Santo Egídio.

29 – A Fides, agência do Vaticano para o mundo missionário, revelou que 37 agentes pastorais foram assassinados em 2009. O número é praticamente o dobro em relação a 2008 (20) e o mais alto na última década

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Agência ECCLESIA

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