Um estudo encomendado pelo Observatório da Imigração, do Alto Comissariado para a Imigração e Minorias Étnicas, conclui que para que Portugal evite o envelhecimento da sua população dentro dos próximos 18 anos, será necessário que entrem no país perto de 200 mil imigrantes por ano. Os valores foram obtidos pelos investigadores Maria João Valente Rosa, Hugo de Seabra e Tiago Santos num estudo intitulado “Contributos dos Imigrantes na Demografia Portuguesa”. Os autores optaram por se apoiarem no Censos de 2001, só se reportando aos estrangeiros residentes, deixando de fora os estrangeiros com autorizações de permanência e quem está há menos de um ano em Portugal, o que duplicaria o número de imigrantes tidos em conta no estudo. A nova lei da imigração, aprovada pelo actual Governo no início deste ano, veio fechar as fronteiras portuguesas, obrigando a que o número de entradas no país esteja de acordo com as quotas definidas por um relatório bianual, tendo em contas as oportunidades de emprego. Esta intenção de controlar o fluxo migratório legal, antes da entrada em solo português, não deverá contudo surtir efeito de acordo com este estudo : “tudo leva a crer que a imigração só em parte possa ficar afectada pelas restrições que venham a ser impostas neste domínio.” A Obra Católica Portuguesa de Migrações sempre criticou critica esta visão funcional da imigração e lembra que a situação de irregularidade se deve, em grande parte, “ao incumprimento pelo Governo da anterior lei de imigração e à impunidade de que gozam alguns empregadores”. A Lei 38/2003 é contestada pelas organizações católicas por “ignorar” aqueles que estão irregulares, os indocumentados. Outra premissa questionada na nova lei é a de se condicionar a entrada no país ao mercado de trabalho.
