“Não há palavras que descrevam toda uma série de emoções e memórias que ficaram guardadas para sempre” – recordou à Agência ECCLESIA Patrícia Magalhães, que esteve em S. Tomé e Príncipe, em Agosto de 2001, integrada numa missão dos Jovens Sem Fronteiras (JSF). Tal como a Patrícia Magalhães, foram muitos os jovens que retiraram parte do seu tempo para “ajudar o seu irmão mais carenciado” – referiu o Pe. Tony Neves, coordenador nacional dos JSF que, este ano, celebram o seu vigésimo aniversário. Tudo começou em 1983, na zona Oeste do Patriarcado de Lisboa. Foi o ponto de partida para uma caminhada de vinte anos que o Pe. Tony Neves considera “altamente positiva”. Com a ajuda das centenas de jovens que fizeram e fazem parte deste movimento, fundado pelo Pe. Firmino Cachada e presente em várias dioceses portugueses, conseguimos “colocar de pé projectos que pareciam impossíveis, inicialmente” – salienta. Actualmente estão presentes em 7 dioceses portuguesas mas já receberam pedidos para fundarem mais grupos noutras dioceses. “Queremos um crescimento sustentado” onde não exista uma grande distância entre grupos. O isolamento “não é benéfico para os grupos” porque eles precisam de se “apoiar mutuamente” – disse o Pe. Tony Neves. Ligados umbilicalmente aos Missionários Espiritanos que, em conjunto com os próprios JSF, têm assumido a animação e coordenação, os Jovens Sem Fronteiras estão presentes, para além do nosso país, em França, Cabo Verde, S. Tomé e Príncipe e Angola. Mas estão também a nascer “na Guiné e Moçambique novos grupos de JSF” – adiantou o coordenador nacional. A presença predominante no espaço lusófono deve-se essencialmente “às relações afectivas e efectivas com aqueles países”. Os alvos estão virados para África, um continente que precisa “da nossa ajuda” – disse Ana Sofia Querido, elemento do JSF, que esteve em Angola, mais concretamente em Huambo, a trabalhar num centro de apoio a mutilados e deficientes físicos. Um trabalho em conjunto com os “nossos missionários lá fora que, muitas vezes, propõem os projectos porque conhecem melhor que ninguém o terreno” – frisou o Pe. Tony Neves. Uma caminhada que “deverá ter o seu início na paróquia” porque “este espaço eclesial é o primeiro local de missão”. Por isso, como adianta o Pe. Tony Neves, a inserção na paróquia é essencial para “pertencer aos Jovens Sem Fronteiras”, que para além das actividades em África, realizam semanas missionárias no Alentejo e encontros formativos. Jovens activos que partilham o seu tempo “com o ir”.