1º de Maio: Desrespeito pelos direitos dos trabalhadores reflete-se nas famílias e gera «problemas de saúde e educação»

É necessário lutar contra uma «corrente sectária que diminui a primazia do trabalho», afirma o Movimento Mundial de Trabalhadores Cristãos

Lisboa, 27 abr 2021 (Ecclesia) – O Movimento Mundial de Trabalhadores Cristãos (MMTC) afirma na Mensagem para o 1º de Maio de 2021 que é necessário lutar contra uma “corrente sectária que diminui a primazia do trabalho” e garantir o respeito pelos direitos dos trabalhadores.

Para o MMTC o desrespeito pelos direitos dos trabalhadores “tem importantes repercursões no seio das famílias, onde o desemprego e a precariedade provocam isolamento e tensões intrafamiliares, violência e problemas de saúde e educação”.

Na Mensagem para o 1º de Maio, o MMTC refere que são indicadores do desrespeito pelos direitos dos trabalhadores o aumento do número de desempregados, os despedimentos e a falência de pequenas e médias empresas, a “precariedade do emprego”, a “perda de benefícios sociais”, a “falta de habitação digna” e a “desigualdades no trato de homens e mulheres”.

O MMTC considera que a sociedade “tende a considerar o trabalhador como uma engrenagem”, o “modelo económico preocupa-se mais pela sua economia do que pelo ser humano” e que as “empresas multinacionais continuam a enriquecer na sua maioria com lucros colossais”.

Para o MMTC, a celebração do Dia Internacional dos Trabalhadores é um “convite a manter e prosseguir a luta por uma sociedade mais justa, mais fraterna e sustentável”.

“O Primeiro de Maio não é só uma manifestação de um dia, mas consiste numa chamada de atenção para uma luta diária. E para nós, os cristãos, é uma luta centrada no ser humano, em nome de Cristo, com o Espírio Santo”, lembra a mensagem.

Na mensagem, o MMTC lamenta do facto da celebração do 1º de Maio acontecer “de baixo do jugo desta pandemia”, que impede as manifestações no Dia do Trabalhador.

“Não estamos só a lutar contra um vírus destrutivo a nível mundial, mas também contra uma corrente sectária que diminui a primazia do trabalho”, refere o comunicado.

A Mensagem do Movimento Mundial de Trabalhadores Cristãos para o Dia Internacional do Trabalhador foi escrita pelo Movimento Operário/MTC da Ilha de Reunião, onde a a taxa de desemprego é de 21%.

O Dia Internacional dos Trabalhadores assina-se a 1 de maio evocando a greve iniciada nesse dia em 1886 para lutar por melhores condições de trabalhão, nomeadamente a redução da jornada de trabalho.

Desde 1955, a Igreja Católica celebra a 1 de maio a festa litúrgica de São José Operário, como forma de associar-se à comemoração mundial do Dia do Trabalhador.

São José foi desde cedo apresentado pela Igreja Católica como símbolo e exemplo de pai e de trabalhador, tendo sido declarado patrono da Igreja universal em 1870, por Pio IX.

A celebração litúrgica de São José operário foi instituída no dia 1 de maio de 1955, pelo Papa Pio XII, diante de milhares de trabalhadores italianos, onde afirmou: “Longe de despertar discórdia, ódios e violência, o 1º de Maio é e será um recorrente convite à sociedade moderna a realizar aquilo que ainda falta à paz social”.

PR

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Agência ECCLESIA

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