A onda de violência que se abateu nos últimos dias sobre a Costa do Marfim pode provocar uma verdadeira catástrofe se a comunidade internacional não agir quanto antes. O alerta é dado por um missionário Salesiano no país, que viu chegar à sua missão mais de 15 mil refugiados. “A situação sanitária e alimentar piora a cada momento, pois estamos em plena estação das chuvas” afirma à agência Fides, do Vaticano. Entre finais de Maio e o início de Junho, mais de 60 pessoas foram mortas numa série de ataques e represálias, verdadeira guerra tribal entre os Dioula, originários do norte, e os Gueré, população local. “Agora, a situação parece mais calma, mas o medo permanece. As pessoas têm medo de regressar às suas casas e campos, e preferem permanecer nas barracas”, diz o missionário. As fontes missionárias falam em dezenas de milhares de deslocados e acusam governo e militares de “não quererem a paz” por motivos económicos, ligados à exploração das matérias-primas no país. Em Fevereiro deste ano a Conferência Episcopal da Costa do Marfim lançara um alerta sobre o clima de tensão no país, considerando que “qualquer bloqueio ao processo de reunificação e pacificação levará, necessariamente, à guerra”. Os prelados pediam à comunidade internacional que “conjugue esforços com as autoridades nacionais para promover a paz”.
