13 de outubro: Presidente da República Portuguesa elogia esforço «louvável» do Santuário de Fátima em limitar lotação

Marcelo Rebelo de Sousa destaca atitude cooperante da Igreja Católica com autoridades de saúde, face à pandemia

Foto: Lusa

Fátima, 02 out 2020 (Ecclesia) – O presidente da República Portuguesa elogiou o esforço “louvável” do Santuário de Fátima em limitar a participação de peregrinos, nas celebrações da peregrinação do 13 de outubro, face à pandemia que afeta o país.

Em declarações aos jornalistas, na noite de quinta-feira, Marcelo de Rebelo de Sousa sublinhou que o número fixado de 6 mil peregrinos, para a próxima peregrinação internacional na Cova da Iria, “representa um esforço muito grande e louvável da parte do Santuário de Fátima, apoiado pela Diocese de Leiria-Fátima”.

O chefe de Estado destacou o acordo com a Direção Geral de Saúde, numa lotação que ficou “muito aquém” de números que tinham sido adiantados na imprensa.

“É um número que, olhando para o espaço disponível – e não conta sequer com o espaço das colunatas -, me parece razoável”, “apreciável”, indicou, referindo que este esforço teve em conta a “perceção dos portugueses”.

Há um esforço da Igreja, em geral, e em particular aqui do Santuário de Fátima, para compreender o momento muito complicado que vivemos e o exemplo que deve ser dado aos portugueses, com sacrifício de muitos milhares”.

O presidente da República falava depois de jantar com um grupo de empresários, a presidente da Associação Empresarial Ourém-Fátima (Aciso), o presidente do Município de Ourém e o reitor do Santuário, em Fátima.

Marcelo Rebelo de Sousa destacou que os empresários locais estão a ser penalizados pela falta de grupos de peregrinos, nomeadamente dos EUA, Brasil, Coreia do Sul, Itália, Polónia ou Indonésia, na sequência da pandemia de Covid-19.

O chefe de Estado mostrou-se surpreendido por saber que as dormidas em Fátima de turistas estrangeiros representavam, em anos anteriores, “entre um quarto e um quinto” do total de Portugal, destacando os peregrinos de países como a

Luís Albuquerque, presidente da Câmara de Ourém, admitiu que se poderia ter “ido um pouco mais além” no número de participantes nas celebrações do 13 de outubro, mas destaca que a decisão do Santuário de Fátima e da DGS é “prudente”, face à atual situação de pandemia.

O autarca referiu aos jornalistas que todas as pessoas que se deslocarem à Cova da iria o poderão fazer “com segurança e com tranquilidade”, elogiando o “enorme sentido de responsabilidade” do Santuário de Fátima.

Foto: Arlindo Homem/AE

Também a presidente da Aciso – Associação Empresarial Ourém-Fátima, Purificação Reis, admitiu que o Santuário de Fátima poderia ter uma lotação superior a 6 mil pessoas na peregrinação do 13 de outubro.

“Na perspetiva dos empresários, o número apontado dos 6 mil ficou muito aquém do esperado. O recinto do Santuário tem condições para receber um número muito mais elevado de peregrinos em absoluta segurança”, referiu Purificação Reis, antes do encontro com o presidente da República.

Purificação Reis destacou o impacto da pandemia num setor que depende essencialmente dos turistas estrangeiros – 71% do total.

“De março a julho os dados estatísticos apontam para quebras superiores a 90% e, portanto, é lógico que os empresários estejam a viver momentos particularmente difíceis”, precisou.

O Santuário apresentou esta semana um conjunto de medidas adicionais para a Peregrinação Internacional Aniversária de 12 e 13 de outubro, que visam reforçar o Plano de Contingência, prevendo uma presença estimada de cerca de 6 mil peregrinos para o espaço de cerca de 48 mil metros quadrados do Recinto de Oração.

O bispo da Diocese de Leiria-Fátima espera um comportamento “exemplar” e “sentido de responsabilidade” dos peregrinos que queiram participar nas celebrações do 13 de outubro, lembrando que a pandemia obriga a limitar o acesso à Cova da Iria.

A peregrinação que evoca a sexta e última aparição de Nossas Senhora aos Pastorinhos, em 1917, será presidida por D. José Ornelas, bispo da Diocese de Setúbal e presidente da Conferência Episcopal Portuguesa.

HM/OC

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