13 de maio: Fátima tem «levado a sério» responsabilidade com a saúde pública – D. António Marto

Cardeal foi questionado sobre manifestações públicas nos festejos do título do Sporting, assinalando perda do «sentido de responsabilidade»

Foto: Lusa

Fátima, 12 mai 2021 (Ecclesia) – O cardeal D. António Marto disse hoje em Fátima que o Santuário tem “levado a sério” as preocupações com a pandemia, elogiando o “comportamento exemplar” dos peregrinos e dos cristãos em Portugal.

“Estamos a celebrar esta peregrinação em tempo de pandemia, respeitando, naturalmente as restrições sanitárias que limitam o número de presença de peregrinos”, indicou, na conferência de imprensa de apresentação das celebrações do 13 de maio.

O Santuário de Fátima inicia hoje a celebração da primeira peregrinação internacional de 2021, com lotação limitada a 7500 pessoas no Recinto de Oração, devido às restrições impostas pela pandemia.

“Aceitamos estas restrições com todo o respeito e toda a serenidade”, indicou o bispo da Diocese de Leiria-Fátima.

O responsável católico falou numa “responsabilidade solidária” que, para os católicos, representa um “ato de amor ao próximo”.

“Temos levado a sério esta responsabilidade solidária, de uns pelos outros, quanto à saúde como um bem comum”, sustentou.

Questionado sobre as manifestações ligadas aos festejos do título do Sporting, na última noite, D. António Marto admitiu que há fenómenos de “psicologia de massa”, em que as pessoas “como que perdem o sentido da sua responsabilidade”.

“São as mesmas autoridades. Aqui não é preciso trazer os corpos da Polícia, da GNR. À partida, confiamos nessa responsabilidade das pessoas”, observou.

“Lá não, não sei porquê, deve perguntar às autoridades, aos que lá estavam, porque é que deixaram falhar essas regras de segurança”, acrescentou.

A peregrinação do 13 de maio de 2020, durante a primeira vaga da pandemia, decorreu sem a presença da multidão, perante uma delegação simbólica em representação dos peregrinos.

As celebrações de outubro do último ano decorreram, com medidas adicionais ao plano de contingência, na presença de cerca de 6 mil peregrinos.

O Santuário informa que, à imagem do que aconteceu no 13 de outubro de 2020, as entradas no Recinto se farão por oito portas, devidamente assinaladas, nos lados norte e sul do Santuário.

Nas entradas estão acolhedores, com dispensadores de álcool gel, que indicarão os lugares para onde deverão seguir os peregrinos, que se devem manter no mesmo sítio durante as celebrações.

A peregrinação tem como tema ‘Louvai o Senhor, que levanta os Fracos’ e será presidida pelo cardeal português D. José Tolentino Mendonça.

Para D. António Marto, a celebração quer deixar uma “mensagem de esperança”.

“Finalmente podemos ver uma luz ao fundo do túnel, mas todo o cuidado é pouco”, apontou, sublinhando que “a pandemia ainda não passou”.

O responsável católico apelou ainda a uma distribuição global da vacina contra a Covid-19.

“A imunização extensiva deveria considerar-se um bem comum universal e, por isso, a distribuição das vacinas não pode obedecer a outro critério que não seja o de saúde pública. Não é aceitável, nem compreensível que se transforme numa arma geopolítica”, declarou.

Os espaços ao longo do Recinto de Oração estão assinalados por círculos e em cada um  poderão ficar apenas  peregrinos que pertençam ao mesmo agregado.

Durante as celebrações e para evitar movimentação dos peregrinos no Recinto que comprometam a manutenção do distanciamento físico, as zonas da Capelinha das Aparições e do queimador das velas estarão vedadas.

O Santuário anuncia a presença de 21 grupos de sete dioceses portuguesas e um grupo da Áustria, a que se somam 15 bispos e cardeais,

As celebrações começam com a recitação do Rosário às 21h30; segue-se a Procissão das Velas e a Celebração da Palavra.

No dia 13, o Rosário será recitado às 09h00, seguindo-se a Missa Internacional às 10h00.

Ainda a 13 de maio, pelas 17h00, o Santuário de Fátima associa-se à maratona de oração pelo fim da pandemia, promovida pelo Papa, rezando, como intenção particular, por todos os presos.

OC

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