13 de maio: «Fátima tem de dar o exemplo ao país» – D. António Marto

Cardeal assume que regresso à normalidade ainda vai demorar e fala da experiência «dura» de passar pelos Cuidados Intensivos

Foto: Santuário de Fátima

Leiria, 09 mai 2021 (Ecclesia) – O cardeal D. António Marto, bispo de Leiria-Fátima, afirmou que o Santuário da Cova da Iria tem de “dar o exemplo ao país” nas medidas de contenção da pandemia de Covid-19, admitindo que o regresso à normalidade ainda vai demorar.

“Só podem entrar 7500 peregrinos, ainda assim um pouco mais do que aconteceu na última peregrinação de outubro [6 mil, ndr]. Fátima tem de dar o exemplo também para todo o país, seria muito triste se porventura houvesse aqui um foco de infeção”, refere, a respeito da peregrinação internacional aniversária do 13 de maio.

O responsável católico é o convidado desta semana da entrevista conjunta Ecclesia/Renascença.

D. António Marto sublinha que a precaução para conter a pandemia se deve prolongar até ao início de 2022, anunciando, desde já, o cancelamento, pelo segundo ano consecutivo, da peregrinação das crianças a Fátima.

“Em outubro esperemos que já possa ser possível um maior número, uma vez que nessa altura a vacinação já estará bastante espalhada”, aponta ainda.

O bispo de Leiria-Fátima saúda a maratona de oração pelo fim da pandemia, por iniciativa do Papa, a que o Santuário nacional se associa na tarde do próximo dia 13.

“É uma mobilização de toda a Igreja a partir daqueles locais centrais de atração e de peregrinação, mas para que possa envolver toda a Igreja católica universal, por isso, o Santuário de Fátima não podia ficar de fora”, justifica.

Esta oração pelo fim da pandemia dá um sentido espiritual para viver, dá uma força que vem do alto para a superar e para todos darmos as mãos e nos unirmos no combate a esta pandemia”.

O cardeal português assume que o internamento hospitalar de novembro de 2020, devido a uma infeção que o levou aos Cuidados Intensivos, foi uma experiência “muito dura”, fazendo com que hoje se sinta mais próximo de quem sofre.

“Depois de ter passado por este tempo e por esta provação, sinto-me ainda mais unido e mais solidário com quem sofre e com esse momento dos doentes”, aponta.

Sobre a crise, que duplicou os pedidos de ajuda na diocese, e fez cair em 50 por cento as ofertas dos peregrinos, D. António Marto afirma  no Santuário não haverá despedimentos.

“O Santuário tem algumas reservas, para fazer face aos próximos anos, para que não haja despedimentos, esse aspeto é um ponto de honra. Vamos ver até quando”, refere.

O cardeal confessa o seu entusiamo por poder receber de novo o Papa Francisco em Fátima, aquando da Jornada Mundial da Juventude de Lisboa, no verão de 2023.

“O Santo Padre tem uma ligação, que eu não imaginava que fosse tão grande, a Fátima”, relata.

Ângela Roque (Renascença) e Octávio Carmo (Ecclesia)

 

 

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Agência ECCLESIA

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