13 de maio: Arcebispo de Barcelona recorda em Fátima todos os países que «reclamam a paz»

Cardeal deixa apelo à unidade da Igreja, em volta do Papa

Fátima, 13 mai 2024 (Ecclesia) – O presidente das celebrações do 13 de maio, em Fátima, pediu hoje as orações dos peregrinos perante uma III Guerra Mundial “aos pedaços”, de que fala o Papa Francisco.

“Rezemos pela paz no mundo: na Ucrânia, Rússia, na Terra Santa, na África, na América, na Ásia, quantos países precisam e reclamam a paz”, disse o cardeal Juan José Omella, arcebispo de Barcelona, na homilia da Missa conclusiva da peregrinação internacional aniversária.

Perante milhares de peregrinos reunidos na Cova da Iria, o responsável católico evocou os pedidos deixados nas Aparições de 1917, num contexto marcado pela I Guerra Mundial, sublinhando que se mantêm atuais.

“O que nos Nossa Senhora pede hoje é a paz no mundo, rezar pela paz. Quantos países estão em guerra, quantas famílias estão em guerra! Quantos corações estão divididos, em guerra. Peçamos a paz”, declarou.

O arcebispo de Barcelona acrescentou que essa oração pela paz exige ainda “o sacrifício”, vivido como “entrega de amor”.

D. Juan José Omella falou de improviso e encurtou a homilia que tinha preparado, por causa da chuva que marcou a manhã, no Recinto de Oração.

“Ao começar a procissão, olhava para os ecrãs e via muita gente a chorar. Emocionei-me”, confessou.

A intervenção sublinhou a importância da oração, na vida dos cristãos, pessoal e comunitariamente.

“Os cristãos não podem perder esse grande hábito, essa grande virtude da oração”, indicou o presidente da peregrinação.

O cardeal espanhol evocou a oração “mais simples”, a do terço, pedindo pelo mundo e pela “salvação de todos”.

A fé, acrescentou, é “transformadora da realidade” e convoca todos a ser “missionários” no mundo, como pede o processo sinodal lançado pelo Papa Francisco.

O responsável, que integra o Conselho de Cardeais, organismo consultivo criado neste pontificado, apelou à unidade na Igreja.

“Vivam unidos, viam a fraternidade. Uma Igreja dividida, uns contra os outros, que não [unida] está em volta do Papa, de Jesus Cristo, em volta de todos os irmãos, se não estamos unidos, capazes de nos ajudarmos e perdoarmos uns aos outros, não evangelizaremos”, referiu.

A homilia evocou a oração de São Francisco de Assis, manifestando a convicção de que “o mundo mudará” e pedindo que os cristãos sejam “testemunhas da esperança”.

A partir dessa fraternidade e comunhão, poderemos ser portadores de paz no meio do mundo. Senhor, faz-nos instrumentos de paz!”

A primeira grande peregrinação do ano tinha levado cerca de 250 mil pessoas à Cova da Iria, na última noite.

Os participantes foram convidados, esta manhã, a rezar pela paz no mundo, “especialmente pelas vítimas dos conflitos na Ucrânia, na Terra Santa e em tantos países do mundo”.

A oração universal evocou ainda o Jubileu 2025, evocando o “testemunho dos Santos Francisco e Jacinta Marto”, canonizados a 13 de maio de 2017, “na oração e na prática da caridade”.

Para esta peregrinação, o santuário recebeu a informação da presença de 186 grupos organizados de peregrinos, de 34 países.

A celebração assinala os 107 anos da primeira Aparição de Nossa Senhora a três Pastorinhos, em 1917, e o sétimo aniversário da canonização de dois desses videntes, Francisco e Jacinta Marto, pelo Papa Francisco.

A saudação ao doente foi proferida, no final da Missa, pela irmã Ângela de Fátima Coelho, vice-postuladora da causa de canonização da Irmã Lúcia.

“Aqui em Fátima, também Nossa Senhora indicou aos pastorinhos um olhar novo, um outro modo de viver a doença, para que o sofrimento não seja absurdo, mas possa ser expressão de uma vida confiada nas mãos de Deus, que é Pai”, disse.

Para esta tarde, pelas 18h00, está previsto um momento de veneração na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, onde estão sepultados São Francisco e Santa Jacinta, informa o Santuário nacional.

OC

Fátima: Cardeal Juan José Omella desafiou peregrinos a «apresentar tudo» à intercessão da Virgem Maria (c/fotos)

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