125 anos a distribuir hospitalidade

Encontro da Família Hospitaleira da Casa de Saúde Bento Menni Na altura do Natal, a Família Hospitaleira da Casa de Saúde Bento Menni (Guarda) das Irmãs Hospitaleiras do Sagrado Coração de Jesus encontra-se para celebrar o nascimento de Jesus e reflectir sobre temas de saúde. Este ano, como esta congregação está a celebrar 125 anos da fundação, os responsáveis resolveram apostar na festa natalícia e no balanço de actividades. Um dos conferencistas – Piçarra da Costa, director clínico da casa – apontou aos participantes o trabalho realizado assistencial que a congregação fez na área da saúde mental. Em declarações à Agência ECCLESIA, Piçarra da Costa referiu que esta casa é a mais recente das irmãs (começou a funcionar em 1994) mas “temos mais de centena e meia de doentes do foro psiquiátrico”. Nesta casa – as doentes são todas do sexo feminino e “a maior parte de evolução prolongada” – existem muitos projectos na área da reabilitação psicossocial. “Temos uma residência protegida na comunidade – o instituto foi pioneiro nesta área – onde as doentes estavam com doenças psiquiátricas crónicas internados há muitos anos” – sublinha o Director Clínico. Para estas residências são seleccionadas algumas utentes que, durante um ano, passam “a integrar uma unidade de treino psicossocial”. Com apoio de técnicos e monitores, estas doentes aprendem tarefas essenciais e da vida diária. “Cozinhar, fazer limpezas, sair ao exterior e fazer as suas compras e utilizar electrodomésticos” – disse Piçarra da Costa. Passado um ano, as doentes são integradas num apartamento num bairro da cidade com onde “têm mais autonomia”. E adianta: “são elas que fazem a gestão da sua vida diária”. A responsabilidade aumenta gradualmente mas são sempre acompanhadas por técnicos. Apesar da melhoria, o Director Clínico lamenta a falta de oportunidades laborais para estes cidadãos. “O acesso ao emprego está difícil” mas – alerta – “um deficiente físico tem sempre mais oportunidades de conseguir uma colocação laboral – as empresas têm benefícios fiscais – do que o deficiente mental”. Um reflexo do “estigma existente” sobre o doente psiquiátrico. Para que este estigma seja eliminado, Piçarra da Costa realça que algumas doenças mentais são crónicas mas também existem doenças crónicas do coração e dos diabetes. “Nestas não recai estigma nenhum”. Com o ritmo de vida actual existem doenças que têm aumentado de forma significativa. “Depressão e problemas de ansiedade” – reconhece. Para os próximos anos, prevê-se que aconteça de “forma mais notória”.

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