11 de setembro:Papa lembra vítimas

Ancona, Itália, 11 set 2011 (Ecclesia) – Bento XVI recordou hoje as vítimas dos atentados terroristas de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos da América, convidando a “recusar sempre a violência” e a resistir à “tentação do ódio”.

“Hoje o nosso pensamento vai para o 11 de setembro de há dez anos. Ao recordar ao Senhor da Vida as vítimas dos atentados perpetrados naquele dia e os seus familiares, convido os responsáveis das nações e os homens de boa vontade a recusar sempre a violência como solução dos problemas”, disse, após uma missa celebrada esta manhã.

O Papa falava na localidade italiana de Ancona, localidade costeira 300 quilómetros a nordeste de Roma, no encerramento do 25.º Congresso Eucarístico Nacional da Itália.

Várias cerimónias, em diversos países, assinalam o décimo aniversário dos atentados terroristas do 11 de setembro, para lembrar as quase 3000 vítimas de mais de 90 nacionalidades, em particular os ataques às torres gémeas do World Trade Center, em Nova Iorque, EUA.

Bento XVI apelou a “resistir à tentação do ódio e a trabalhar na sociedade, inspirando-se nos princípios da solidariedade, da justiça e da paz”.

Numa celebração que decorreu no Canteiro Naval de Ancona, onde o Papa chegou após uma viagem em helicóptero desde os arredores de Roma, milhares de pessoas reuniram-se para o final do congresso iniciado no último dia 3, sobre o tema «Senhor, a quem iremos? A Eucaristia para a vida quotidiana».

“Muitas vezes confundimos a liberdade com a ausência de vínculos, com a convicção de podermos fazer tudo sozinhos, sem Deus, que é visto como um limite à liberdade”, assinalou.

Para o Papa, esta é “uma ilusão que não tarda a converter-se em desilusão, gerando inquietação e medo, levando, paradoxalmente, a retomar as cadeias do passado”.

Bento XVI criticou “certas ideologias” que deixaram Deus “de lado” ou que o toleram “como uma escolha privada”, referindo que “a história mostra, dramaticamente, como o objetivo de assegurar a todos desenvolvimento, bem-estar material e paz prescindindo de Deus e da sua revelação se resumiu a dar aos homens pedras em vez de pães”.

Falando numa “espiritualidade eucarística” que deve levar os católicos a estar atentos às necessidades dos outros, o Papa destacou a luta por “restituir dignidade aos dias dos homens e, por isso, ao seu trabalho”, procurando “superar a incerteza da precariedade e o problema do desemprego”.

A homilia incluiu ainda apelos por uma “renovada capacidade educativa, pronta a testemunhar os valores fundamentais da existência, do saber, do património espiritual e cultural”, bem como pela “construção de uma sociedade mais equitativa e fraterna”.

Após a missa, Bento XVI almoça com bispos, uma representação de operários em lay-off e um grupo de pobres acolhidos pela Caritas no Centro Pastoral de Colle Ameno.

O programa da 24ª viagem do atual Papa em solo italiano, desde abril de 2005, quando foi eleito, incluiu ainda, esta tarde, um encontro com as famílias e os sacerdotes na catedral de São Ciríaco.

A visita conclui-se com um encontro com jovens casais na Praça do Plebiscito de Ancona.

OC

Partilhar:
plugins premium WordPress
Scroll to Top