100 milhões vítimas de trabalho infantil

No dia Mundial contra o Trabalho Infantil, Organização Internacional do Trabalho aponta meninas como maiores vítimas

Um relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) publicado na passada Quarta-feira, indica que cerca de 100 milhões de meninas são vítimas do trabalho infantil no mundo.

De acordo com o documento intitulado «Dê uma oportunidade às meninas: combata o trabalho infantil», a crise financeira global deve agravar ainda mais a situação das crianças.

O relatório da OIT foi divulgado como parte das actividades do organismo para marcar o Dia Mundial contra o Trabalho Infantil, que se assinala esta Sexta-feira, dia 12. Este ano, as comemorações marcam também a adopção da simbólica Convenção nº 182 da OIT sobre a proibição das piores formas de trabalho infantil.

De acordo com a OIT, apesar de o número de crianças no trabalho ter diminuído, a crise económica mundial pode reverter este decréscimo. O relatório chama a atenção para a realidade de muitas famílias que preferem mandar os filhos para a escola, deixando as filhas em casa.

A OIT adverte que muitas das vítimas do trabalho infantil sofrem também abusos sexuais.

O estudo da OIT confirma que meninas com escolaridade, conseguem empregos melhor remunerados, casam-se mais tarde e têm menos filhos. Também as mães com acesso à educação enviam os seus filhos à escola, aumentando oportunidades de um futuro melhor.

A OIT destaca que três em cada quatro das crianças e adolescentes que trabalham estão expostas às piores formas de exploração laboral infantil (tráfico humano, conflitos armados, escravatura, exploração sexual e trabalhos de risco, entre outros), actividades que «prejudicam de forma irreversível o seu desenvolvimentos físico, psicológico e emocional».

Segundo a OIT, as comemorações deste ano vão procurar salientar os desafios que ainda restam no combate ao trabalho infantil, sobretudo aquele tipo de trabalho que envolve raparigas, discutir o impacto que a crise económica mundial pode ter no agravamento deste flagelo, bem como enfatizar o papel fundamental da educação na solução do problema.

No entender da OIT, a «abolição efectiva» da exploração laboral das crianças – que «são privadas de direitos básicos, como educação, saúde, lazer e liberdades individuais» – é um «dos maiores e mais urgentes desafios do nosso tempo».

A expansão do acesso ao ensino básico, com muitos países a eliminaram as propinas escolares, a implementação de programas de transferência social e uma maior participação dos Governos, que estão agora a ratificar as convenções da OIT sobre o trabalho infantil, são alguns dos progressos mundiais mencionados pela organização.

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