«10 Milhões de Estrelas»: «Esta campanha não pretende ser uma campanha de venda de velas, mas de alerta para os valores da paz» – Rita Valadas

«É preciso que consigamos olhar e trazer luz, esperança e paz àqueles que são mais vulneráveis», disse presidente da Cáritas Portuguesa

Beja, 20 nov 2023 (Ecclesia) – A Cáritas Portuguesa lançou a campanha solidária ‘10 Milhões de Estrelas – Um Gesto pela Paz’, pelo 21º ano consecutivo, no dia em que a Igreja assinalou o Dia Mundial dos Pobres 2023, e realizou uma marcha pública, em Beja.

“Esta campanha não pretende ser uma campanha de venda de velas, pretende ser uma campanha que alerta para os valores da paz e nos convoca para agir nesse sentido”, disse a presidente da Cáritas Portuguesa, este domingo, no lançamento da campanha solidária.

“Podemos falar de paz todos os dias mas este ano é quase impossível deixar de reforçar a importância que tem a paz para o nosso bem-estar porque temos sido assaltados, nos últimos anos, por situações sucessivas, uma mais visíveis para nós, outras mais longínquas, e muitos situações e causas humanitárias que a Cáritas protege por todo o mundo”, acrescentou Rita Valadas.

A iniciativa internacional ‘10 Milhões de Estrelas – Um Gesto pela Paz’, ação focada no apoio a pessoas em situação de vulnerabilidade em Portugal, arrancou em Portugal este domingo, quando a Igreja Católica assinalou o seu Dia Mundial dos Pobres, este ano com o tema, da mensagem do Papa Francisco, ‘Nunca afastes de algum pobre o teu olhar’, do livro bíblico de Tobias (Antigo Testamento).

“Para mim, ‘10 milhões de Estrelas’ tem uma força muito especial, mas ser em Portugal – 10 milhões de estrelas e 10 milhões de portugueses como referência -, dá-me sempre um incentivo especial, é como cada português trouxesse uma luz numa estrela e que representa tudo o que ele pode dar e tudo o que precisa de receber. É preciso que consigamos olhar e trazer luz e esperança e paz àqueles que são mais vulneráveis e estão perto de nós”, desenvolveu a presidente da Cáritas Portuguesa.

Rita Valadas salientou que não querem “fortalecer a transparência das pessoas com vulnerabilidade” mas reforçar a sua existência, e que “todos juntos” possam “fazer a diferença na vida destas pessoas”: “Muitas estrelas podem significar o apoio a muita gente”.

Até ao próximo mês de janeiro, as velas da campanha ‘10 Milhões de Estrelas – Um Gesto pela Paz’ podem ser adquiridas, pelo valor unitário de 2€, nas Cáritas Diocesanas, escolas e paróquias, nas lojas de uma cadeia de supermercados, para além do sítio online.

Do total das verbas recolhidas com a venda das velas, explica a organização da Igreja Católica, 65% reverte para cada Cáritas Diocesana e, nesta edição, os restantes 35% para o Fundo Lusófono Laudato Si, para projetos das Cáritas Lusófonas.

Este evento de lançamento da campanha solidária, que no final incluiu uma caminhada pela Paz do largo de Santa Maria ao Largo de São João, em Beja, realizou-se em parceria com a Cáritas Diocesana de Beja.

O presidente da Cáritas Diocesana de Beja, que apresentou os diversos serviços e valências da instituição na sua intervenção, destacou que o lançamento da campanha ‘10 Milhões de Estrelas – Um Gesto pela Paz’, que acolheram “pela primeira vez, pode ser vista como oportunidade de mobilizar a rede de Cáritas Portugal para a cidade de Beja”.

“Assume a sua importância na medida em que se considera que a paz é impossível sem coesão social, sem que a justiça inclua todos no exercício da mesma, e Beja tem tido nos últimos tempos desafios enormes no combate à pobreza, exclusão e justiça social”, desenvolveu Isaurindo Oliveira.

O responsável diocesano, que na manhã deste domingo foi o convidado da entrevista conjunta Renascença/ECCLESIA, acrescentou que esta iniciativa também era “ecuménica”, lembrando que a cidade alentejana de Beja tem tido um “enfoque muito grande nas migrações e na problemática dos refugiados”.

O bispo de Beja, após o Concerto Oração Pela Paz e antes da bênção de envio, afirmou que precisam de luz – “quando escurece, quando está noite, dentro do coração -, mas “não é a luz deste mundo”, é a “luz que a Igreja tem para dar que é a luz da cruz de Cristo”.

“O bem produz mais bem, não imediatamente, ou seja, tem de haver este espaço da fé, tem de haver este espaço em que verdadeiramente nos perguntamos mas ‘vale a pena dar a vida por esta pessoa, estar a sofrer para que estas pessoas tenham vida’: Vale a pena!”, afirmou D. João Marcos, “dar a nossa vida própria vida para que o mundo tenha vida”.

CB/PR

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Agência ECCLESIA

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