10 mil portugueses a marchar contra a fome

Domingo foi dia de marcha em todo o mundo. Uma Marcha Mundial Contra a Fome que só em Portugal juntou cerca de 10 mil participantes. A marcha internacional de solidariedade, do Programa Alimentar das Nações Unidas, foi cumprida no dia 13, por cerca de um milhão de pessoas de vários países. Em Portugal, Lisboa, Porto, Coimbra e Angra do Heroísmo foram os pontos de concentração de quem publicamente se manifestou contra uma realidade que persiste, apesar da riqueza de muitos países. A Cáritas Diocesana de Setúbal tentou mobilizar de uma forma geral, as pessoas da sua diocese. “O dia não era muito favorável, uma vez que sendo 13 de Maio as pessoas queriam antes ir a Fátima e manifestavam interesse em acompanhar as cerimónias”, constata Isabel Monteiro, mas duas carrinhas saíram de Setúbal com rumo a Lisboa, para integrar a marcha. Atrás dos números de crianças que passam fome e percentagens de pobreza estão rostos que carecem de necessidades. Essa é a mensagem a passar, “que chegou aos participantes em Lisboa”, assegura Isabel Monteiro, participante na marcha e e directora técnica de equipamento na Cáritas de Setúbal. Há pessoas no mundo inteiro a lutar contra um problema que “diz respeito a todos e que um dia nos pode tocar”. “Não é justo viver numa sociedade de abundância quando muitos passam fome, muitos deles não tão longe como se pode pensar”. Falta de emprego, reformas reduzidas, são exemplos de falta de condições que “desencadeiam casos de pobreza”. A situação de fome no mundo “com quem partilhei a marcha, foi um apelo muito forte, talvez até demasiado próximo da sua realidade”. Isabel Monteiro afirma que este foi um sinal claro e urgente para mudar algumas situações que acontecem no mundo “como é o caso do Darfur”. Esta participante de Setúbal relembra pais que levaram os filhos “no sentido de os educar para estas formas de solidariedade e fazer despertar para o privilégio que algumas crianças têm e outras não”. A união a nível mundial foi factor de sensibilização. “Todos estávamos unidos por uma melhor redistribuição da riqueza e melhor justiça social”, num grande não à fome, evidenciando que todos têm direito “à mesa”. Estas iniciativas são um caminho “mas têm de ser acompanhadas por outras intervenções”, sublinha Isabel Monteiro. Constituem um sinal e uma forma de “mobilização de cidadãos que devem ser concretizados, desde que possam movimentar as populações para acções concretas” e desencadear um movimento de solidariedade mais abrangente. A mundialização desta iniciativas mostra que “a globalização pode ter uma face positiva”, sublinha, criando uma união mundial em torno dos mais pobres. Esta iniciativa arrecadou, em Portugal, cerca de 100 mil euros para alimentar mais de 3.500 crianças durante um ano, nas escolas na Tanzânia.

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