10 de junho: Portugal tem de assumir-se como país de comunidades, diz secretário de Estado

José Cesário valoriza papel da Igreja no acompanhamento dos emigrantes

Lisboa, 10 jun 2015 (Ecclesia)  – O secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, disse à Agência ECCLESIA que a presença de emigrantes e lusodescendentes em todo o mundo é um fator identitário e um “ativo” para o país, a todos os níveis.

“A verdade é que Portugal é um país de comunidades. De acordo com as estatísticas que resultam dos dados dos nossos consulados, temos referenciados 2,3 milhões de pessoas nascidas em Portugal espalhadas pelo mundo; temos de somar ainda todos aqueles que têm nacionalidade portuguesa, o que se aproximará dos 5 milhões, no total”, explica, numa entrevista publicada na mais recente edição do Semanário ECCLESIA, dedicado às celebrações do 10 de junho.

Segundo o governante, Portugal “vale no mundo, em termos humanos”, pela presença de cidadãos seus em “praticamente todos os países”.

“Esta presença no mundo é um ativo político, cultural, económico, diplomático, social. É um ativo que tem de ser avaliado sob todos os prismas e tem de ser, tanto quanto possível, trabalhado numa ótica de aproximação, eu diria de proximidade permanente”, precisou.

José Cesário considera “surpreendente e “extraordinária” a relação dos emigrantes portugueses e lusodescendentes com o país de origem.

O responsável elogia trabalho desenvolvido pelas missões católicas e por todo o movimento associativo na diáspora.

“Diria que [a Igreja Católica] é para nós das entidades absolutamente fundamentais neste diálogo, nesta relação. Através da Obra Católica Portuguesa de Migrações, temos desenvolvido várias ações e parcerias, desde o apoio aos presos portugueses que estão no Peru – 68, neste momento – até ao acompanhamento de pessoas que ficam desempregadas ou em situações de exploração, como tem acontecido na Suíça, na Alemanha, em vários pontos do mundo”, explica.

O governante sublinha o trabalho desenvolvido no domínio do “aconselhamento” a quem quer emigrar, uma campanha destinada a “transmitir informação, lançar alertas”.

“A organização que a Igreja Católica tem, a nível das comunidades, é absolutamente insubstituível, é talvez a grande rede das nossas comunidades”, acrescenta.

O secretário de Estado das Comunidades Portuguesas admite que a atual emigração é “um fenómeno mais urbano”, assinalando que o Governo esta a trabalhar para “facilitar o regresso ou a aproximação” de quem saiu do país ou dos que, tendo nascido no estrangeiro, se querem fixar na terra dos seus pais e avós.

Nesse sentido, elogia a decisão “muito importante” da Assembleia da República, ao permitir que os netos de cidadãos nacionais “com o mínimo de laços com Portugal” possam vir a adquirir “a nacionalidade originária, que nunca tiveram”.

OC

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Agência ECCLESIA

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