10 de junho: Portugal é exemplo de tolerância e integração

Alta comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural elogia relação do país com quem chega do estrangeiro

Lisboa, 10 jun 2013 (Ecclesia) – A alta comissária para a Imigração e Diálogo Intercultural diz que Portugal tem sabido encarar a diversidade “como uma riqueza e não como ameaça”, mesmo numa altura de crise onde os “fundamentalismos” se poderiam fazer sentir.

“Quando começaram a surgir os primeiros imigrantes vindos de Leste, que são sobretudo ortodoxos, as igrejas católicas abriram as suas portas para o culto, numa generosidade que noutros países não acontece”, destaca Rosário Farmhouse numa entrevista à Agência ECCLESIA, no contexto das celebrações do 10 de Junho, Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas.

Numa altura de crise económica, a alta comissária destaca a ação de “outras religiões” com uma “forte componente de fé” que se foram abrindo socialmente para “ajudar os que mais precisam”.

Reconhecendo haver “qualquer coisa de inato na sociedade portuguesa” para bem receber, Rosário Farmhouse sublinha que todos os dias se tem de incentivar boas práticas porque “ninguém ama o que não conhece e todos, por natureza, somos preconceituosos e desconfiados”.

A responsável afirma que se tem de ir além da “tolerância e do respeito” para uma relação “biunívoca de integração”, numa altura em que se registam 175 nacionalidades em Portugal, constituindo-se como um país de “dupla faceta de partida e chegada”.

O Alto Comissariado para a Imigração e Diálogo Intercultural (ACIDI) aposta num modelo “de participação” e na “partilha de experiências”, caminho que tem permitido passar de um “patamar de tolerância e respeito para um patamar de conhecimento mútuo” visível na presença de “líderes e representantes religiosos” em cerimónias de outras confissões.

Questionada sobre as ferramentas criadas para potenciar esta integração, a alta comissária explica que proximidade, parcerias e informação são a base do seu trabalho.

“Quase todo o trabalho que o ACIDI faz é em parceria com a sociedade civil e de outro modo não seria possível”, admite anunciando organizações de sociedade civil, de municípios e também de paróquias que “estão a acompanhar diretamente a integração dos imigrantes”.

O Estado “tem o dever de criar igualdade de oportunidades, mecanismos de informação fidedignos onde as pessoas possam saber os seus direitos e deveres e criar respostas para a integração”, mas admite, “a integração faz-se pela proximidade” e aqui “cada pessoa é muito importante na integração do outro”.

Celebrar as vitórias e potenciar “os casos de sucesso” é outra necessidade que Rosário Farmhouse assinala para que a informação circule e as boas práticas sejam assinaladas.

LS

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