Miguel Dalla Vecchia, missionário scalabriniano, destaca solidariedade entre a comunidade portuguesa
Genebra, Suíça, 10 jun 2015 (Ecclesia) – A missão católica de língua portuguesa de Genebra, na Suíça, é uma referência para os emigrantes há mais de 40 anos de existência e conta hoje com a presença do padre Miguel Dalla Vecchia, natural do Brasil.
O missionário scalabriniano está nesta comunidade há seis anos e sente-a “viva e pronta a acolher quem chega, numa cidade que conta com 35 mil emigrantes portugueses”.
“Ao nível pastoral e social a comunidade está bem organizada e pronta a acolher, procuram-nos para pedir ajuda para morar, informações para os documentos legais e procuramos indicar o caminho a seguir”, refere o capelão à Agência ECCLESIA.
Encaminhar e ajudar moralmente são dois objetivos da missão católica que tenta depois responder aos pedidos de sacramentos, “muito procurados pelos emigrantes, principalmente batismos, crismas e casamentos”.
Toda a estrutura funciona com mais de duas mil crianças na catequese, vários grupos corais, um grupo de escuteiros, ligados ao CNE português, e até um rancho folclórico.
“Tudo o que se possa imaginar que existe numa paróquia qualquer, existe também aqui, sendo que esta é considerada das maiores da Suíça”, resume o padre Miguel.
Uma comunidade muito viva que “tem sempre movimento de dia e de noite”, onde os migrantes se reúnem para celebrar a fé na própria língua e a união.
Porém os emigrantes portugueses não esquecem as suas origens e, apesar de não comemorarem o dia de Portugal, 10 de junho, têm um grande projeto que os liga ao país de origem através de laços de solidariedade.
Todos os anos existe um projeto social para o Brasil ou para África, mas um dia surgiu a ideia de “ajudar os compatriotas”, os portugueses que estão em dificuldade.
“Soubemos de muitas famílias que passavam dificuldades e decidimos começar a angariar roupas e pequenas mobílias para enviar ”, conta o sacerdote scalabriniano.
Toda a comunidade se uniu, pedindo ajuda a todos os que conheciam e, num objetivo comum de ajudar “o seu país, o depósito foi enchendo”.
No último ano enviaram roupas para uma casa de crianças, um internato; este ano o projeto concretizou-se no mês de abril, no envio de roupas e calçado para 34 famílias que, na zona de Oeiras, viviam em dificuldade e lhes tinha sido dada uma casa.
A comunidade une-se agora em recolha de roupas para enviar para as cidades de Chaves e Coimbra; depois será para os hospitais, nomeadamente cadeiras de rodas e material escolar; depois, a longo prazo, será para Albufeira, no Algarve.
“Somos universais e não podemos ficar fechados. Portugal está ali tão perto e quando fazemos estas recolhas, todos ajudam e assim também é uma forma de celebrar o 10 de junho, dia de Portugal”, conclui o padre Miguel Dalla Vecchia.
SN