Vaticano/Portugal: Papa abre caminho à beatificação do cónego Formigão, «apóstolo de Fátima»

Sacerdote foi figura central na investigação às Aparições na Cova da Iria

Cidade do Vaticano, 14 abr 2018 (Ecclesia) – O Papa abriu hoje caminho à beatificação do sacerdote português Manuel Formigão, conhecido pelo “apostólico de Fátima, figura central na investigação e divulgação das Aparições na Cova da Iria.

Francisco aprovou a publicação do decreto que reconhece as “virtudes heroicas” do cónego Formião, após uma audiência concedida ao prefeito da Congregação para as Causas dos Santos (Santa Sé), cardeal Angelo Amato.

Este é um passo central no processo que leva à proclamação de um fiel católico como beato, penúltima etapa para a declaração da santidade; para a beatificação, exige-se o reconhecimento de um milagre atribuído à intercessão do agora venerável Manuel Formigão.

Manuel Nunes Formigão nasceu em Tomar, a 1 de janeiro de 1883 e aos 12 anos entrou no Seminário Patriarcal em Santarém, onde realizou os estudos eclesiásticos.

O sacerdote faleceu em Fátima, a 30 de janeiro de 1958, e no ano 2000 a Conferência Episcopal Portuguesa concedeu a anuência para a introdução da causa de Beatificação e Canonização do Apóstolo de Fátima.

Em janeiro de 2017, decorreu a cerimónia de trasladação dos restos mortais do religioso, do cemitério local para um mausoléu construído na Casa de Nossa Senhora das Dores, das Irmãs Reparadoras de Nossa Senhora de Fátima, congregação fundada pelo cónego Formigão.

O bispo de Leiria-Fátima destacou então uma figura que “se rendeu ao mistério e à revelação do amor de Deus, da beleza da sua santidade tal como brilhou aos pastorinhos de Fátima”, um sacerdote que “captou de uma maneira admirável para o seu tempo, a dimensão reparadora da vivência da fé tão sublinhada na mensagem de Fátima”.

“Sem ele, Fátima não seria o que é presentemente”, disse D. António Marto, reproduzindo as palavras do antigo cardeal-patriarca de Lisboa D. António Ribeiro.

De acordo com a nota biográfica divulgada pela postulação do processo da Causa de Canonização, o padre Formigão foi pela primeira vez à Cova da Iria a 13 setembro de 1917, como simples curioso e “profundamente cético relativamente aos factos que se diziam ali estarem a acontecer”.

Não se aproximou do local das aparições e saiu de Fátima ainda “mais cético, pois não presenciou nada de invulgar, apenas notando a diminuição da luz solar por altura das supostas aparições, mas facto que não deu qualquer importância”.

No entanto voltou a Fátima, em concreto a Aljustrel, no dia 27 desse mesmo mês a fim de interrogar, em separado, os três videntes.

A este interrogatório sucederam-se outros nas semanas seguintes, nomeadamente o efetuado no dia 13 de outubro, horas depois da última aparição e depois de ter sido testemunha, juntamente com mais de 60 mil pessoas ao assombroso fenómeno solar, que o povo apelidou como “Milagre do Sol”.

A beatificação representa, na Igreja Católica, a confirmação, por parte da Igreja, que um fiel católico é digno de culto diocesano e pode ser dado aos fiéis como intercessor, enquanto que a canonização e reconhecimento de santidade abre ao culto universal e o novo santo é apresentado como modelo de vida.

OC

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Agência ECCLESIA

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