“A minha alma proclama a grandeza do Senhor e o meu espírito exulta de alegria em Deus, meu Salvador”!
Caríssimo Santo Padre, Papa Francisco: tomo de empréstimo as palavras do cântico da Virgem Maria para exprimir o sentimento de profunda alegria que enche os nossos corações pelo dom da vossa presença no meio de nós e, sobretudo, para convosco louvar a Deus pela mensagem da Senhora “mais brilhante que o sol”, que aqui ecoou há cem anos, dirigida a toda a humanidade. Convosco queremos exclamar: Bendito seja Deus, rico de misericórdia, pelo grande amor com que nos amou!
É uma alegria imensa dar-vos as boas vindas a este santuário onde pulsa o coração materno de Portugal: Salve, Santo Padre! Bem-vindo a Fátima! Estais em vossa casa!
Nesta minha breve saudação trago-vos o abraço e o afeto de todo o povo católico de Portugal com o seu episcopado aqui presente, de todos os peregrinos presentes vindos de 55 países do mundo e de tantos homens e mulheres de boa vontade que muito vos estimam. Todos têm os olhos fixos no Papa Francisco como uma voz profética claramente audível no panorama mundial, cheio de perigos e medos, voz capaz de abater muros de separação, de lançar pontes de encontro entre os homens e os povos, de ser a voz dos sem voz (dos pobres, sofredores, descartados), de abrir caminhos de esperança e de paz, de levar a alegria do evangelho a todos sem exclusão de ninguém. Obrigado pelo vosso testemunho, Santo Padre, que nos toca tão profundamente!
Queremos agradecer-vos, de modo particular, terdes vindo até nós como peregrino, segundo o lema da vossa visita: “Com Maria, peregrino na esperança e na paz”! Aqui estais connosco, peregrino entre os peregrinos vindos de todo o mundo, nesta assembleia da Igreja peregrina, Igreja viva, santa e pecadora, para celebrar a ação de graças pelo Centenário das Aparições da Virgem Maria e pela sua mensagem de misericórdia, de esperança e de paz que daqui partiu, há cem anos, para todo o mundo por intermédio de três crianças, os pastorinhos de Fátima. Obrigado, Santo Padre, porque convosco nos trouxestes dois santos, os dois pastorinhos Francisco e Jacinta, dois pequenitos, tão queridos ao nosso povo e intercessores afetuosos pelo Papa. Santo Padre, estão hoje aqui muitos pequenitos, meninos e meninas que vieram celebrar a festa destes seus companheiros lá no céu e vieram ver-vos e saudar-vos. Peço permissão de, em vosso nome, lhes enviar uma carícia. Caros amiguitos e amiguitas, o Papa Francisco envia-vos uma carícia cheia de ternura e uma bênção especial para que sejais sempre meninos e meninas felizes e alegres como Francisco e Jacinta.
Agradecemos ainda ao Senhor nosso Deus as pequenas e grandes maravilhas de graça que Ele realizou em Maria e através da sua mensagem, ao longo destes cem anos, em tantas histórias dos peregrinos devotos, em frutos de conversão, de reconciliação, de santidade, de comunhão, de paz. Hoje é o momento mais alto da celebração do Centenário das Aparições, um dia histórico inesquecível, um dia cheio de beleza humana e espiritual que Vossa santidade pode ver refletida na beleza do colorido da paisagem humana desta multidão de peregrinos.
Santo Padre, estaremos sempre unidos a vós como filhos reconhecidos a um pai que nos visita com a sua ternura e o seu sorriso e nos encoraja a viver mais intensamente e com mais entusiasmo como discípulos de Jesus ao jeito de Maria, Mãe de Jesus e Mãe nossa.
À intercessão materna de Nossa Senhora de Fátima e dos santos Francisco e Jacinta Marto confia-mos a vossa pessoa para que o Senhor vos dê saúde, fortaleza, coragem e fecundidade no vosso ministério apostólico ao serviço da Igreja em saída e ao serviço da esperança e da paz no nosso mundo.
D. António Marto, Bispo de Leiria-Fátima.
Santuário de Fátima, 13 de maio de 2017.