«Não há respostas certas nem erradas. Há apenas respostas honestas», afirmou especialista em marketing
Lisboa, 10 nov 2018 (Ecclesia) – A Fraternidade Verbum Dei promoveu hoje o encontro “3 Milhões de Nós” na Aula Magna, em Lisboa, para falar dos jovens , da relação com os outros, com a sociedade e com Deus.
No início de uma jornada com quase três dezenas de apresentações, feitas a jovens, pais, professores, alunos e todos os que se relacionam com a juventude, Nuno Saraiva sustentou que a felicidade depende do “legado” que cada um deixa e das pessoas em que se possam gerar benefícios.
Para o especialista em marketing, mais do que popularidade, seguidores, partilhas ou grupos, a felicidade corresponde à diferença entre a realidade e as expectativas de cada um e depende acima de tudo do “numero de pessoas que beneficiam” da sua vida, do “legado” que cada um deixa.
“Não há respostas certas nem erradas. Há apenas respostas honestas”, sustentou Nuno Saraiva ao apresentar a comunicação “O que vai na cabeça dos jovens?”.
O pároco do Campo Grande iniciou a jornada falando dos “desafios dos jovens na perspetiva da Igreja”, onde transmitiu uma mensagem do Papa Francisco a afirmar a necessidade dos jovens na Igreja.
“A Igreja e o mundo têm urgente necessidade do vosso entusiasmo. Sois o presente, sede o futuro mais luminoso” (Papa Francisco numa mensagem dirigida ao encontro “3 Milhões de Nós”).
Na sua apresentação, o padre Hugo Gonçalves desafiou os jovens à “escuta”, à “participação”, ao compromisso na construção de uma “Igreja autêntica”.
“Não tenham a tentação de criar uma Igreja nova para os jovens. Ajudem esta Igreja, a nossa Igreja a redescobrir a sua juventude, que lhe vem da certeza de estar cheia do Espírito Santo”, sublinhou.
Numa comunicação sobre “relações reais e virtuais”, Paulo Oom lembrou estudos que comprovam a propensão para a ansiedade, a depressão e o suicídio entre quem permanece muito tempo nas redes sociais.
O médico indicou 4 problemas que derivam do uso das redes sociais – a comparação, a definição de valor, a centralidade do eu e a dependência -, e sugeriu a criação de mecanismos no quotidiano que promovam o relacionamento sem a mediação das tecnologias.
Ana Oliveira disse que as relações humanas são “uma construção” que “não cai do céu” e sustentou que “não se improvisa nada na vida”.
“Mais importante do que eu sou é o que eu quero ser”
“Eu hoje construo a pessoa que eu quero ser. Aos 10, aos 20, aos 60 e aos 80”, referiu.
O segundo painel da manhã do encontro “3 Milhões de Nós” teve por tema “Eu e a Espiritualidade e apresentou experiências de crentes de diferentes religiões e de não crentes.
Ricardo Araújo Pereira, não crente, disse que “pensa todos os dias no fim”, no sentido da existência.
“Um ateu não pensa todos os dias em Deus, mas pensa todos os dias no fim. A gente está cá a fazer qualquer coisa, mesmo que não saiba o que é” (RIcardo Araújo Pereira).
“A gente encontra-se nesse ponto: no que é impor”, referiu o humorista, acrescentando que é necessário “animar a malta”, “dar ânimo”.
Núria Frau, das Missionárias do Verbum Dei, defendeu vivências de fé na alegria, disse que a felicidade “não se consegue por decreto” e que o amor pressupõe “a confiança”.
A religiosa disse aos jovens, aos pais, professores e educadores que é urgente pensar as questões relacionadas com a fé “fora da caixa” e desafiou todos a viver “com sentido” o que se tem de viver.
O encontro “3 Milhões de Nós” é promovido pela Fraternidade Verbum Dei e tem o objetivo de ser um fórum de discussão sobre as causas e os projetos dos três milhões de jovens portugueses.
PR