Viseu: Cidadãos caminharam por uma vida cada vez mais respeitada

Porque “nem tudo o que é legal é moral e, às vezes, as leis não são mais que formas de a sociedade se desresponsabilizar pelos que estão a sofrer”

Viseu, 08 abr 2024 (Ecclesia) – A «Caminhada pela Vida» na cidade de Viseu congregou, este sábado, cerca de 350 pessoas que pediram “mais” respeito por este dom.

Cerca de 350 pessoas caminharam em Viseu “por uma vida cada vez mais respeitada” nesta iniciativa organizada a nível nacional pela Federação Portuguesa pela Vida.

O cortejo foi feito ao som da arruada dos ‘Bombinhos’ do Agrupamento de Escolas Infante D. Henrique e do Grupo de Bombos da Associação Cultural e Recreativa de Teivas, que contou ainda com a participação especial da Associação de Motociclistas Cristãos.

De acordo com Ângela Almeida, uma das responsáveis pela organização local, através da Associação de Defesa e Apoio à Vida (ADAV) de Viseu, tratou-se de “uma manifestação pública e pacífica em defesa da vida, dos seus valores básicos e de alerta para com todas as situações em que a vida é colocada em causa ou gera desespero por não ser protegida, acarinhada e desejada”, explicou.

A responsável realçou que “este ano a caminhada contou com a participação de um grande número de jovens, nomeadamente escuteiros e crianças da catequese, e casais jovens”, acrescentando que “face às condições meteorológicas previstas, o balanço é muito positivo”.

No rossio daquela cidade onde os participantes se concentraram no final da caminhada, estiveram ainda representantes do município de Viseu e da diocese, com a presença de Ricardo Pais e do bispo D. António Luciano, respetivamente, e de vários padres que se associaram a esta causa.

O discurso final esteve a cargo de José Dinis, um dos responsáveis da ADAV, que se referiu à caminhada como “uma estratégia para sensibilizar todas pessoas para a valia da vida humana”, que caracterizou como sendo “inviolável”, refere uma nota enviada à Agência ECCLESIA.

“Sabemos que nem tudo o que é legal é moral e, às vezes, as leis não são mais que formas de a sociedade se desresponsabilizar pelos que estão a sofrer e tornar amenas as consciências daqueles que, direta ou indiretamente, se veem envolvidos em atos moralmente e eticamente injustificáveis”, disse.

Referindo-se à atual conjetura política, José Dinis realçou que uma das preocupações é alertar a sociedade portuguesa e o poder instituído para que saibam “que há pessoas que acreditam na vida humana como um bem inquestionável” e que “há urgência em dar respostas a quem se sinta desorientado perante algo que não foi capaz de controlar”. Como medidas necessárias a implementar, o responsável defende a criação e a oferta generalizada de melhores condições de saúde; uma estruturação social que garanta acesso a trabalho digno para todos; interrupção da tendência cada vez mais visível de situações de abandono e solidão; estruturação habitacional capaz de responder às necessidades do país; estabelecer um verdadeiro apoio às famílias e à natalidade e um ensino obrigatório bem estruturado com o pressuposto de condições equilibradas para cada aluno se tornar o artífice do seu próprio desenvolvimento.

José Dinis manifestou, ainda, o desejo da Associação de Defesa e Apoio à Vida ter uma sede em Viseu, onde possa acolher quem precisa e concentre bens de primeira necessidade, com o objetivo de “se tornar uma presença assídua na vida das pessoas mais débeis e necessitadas”.

LFS

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