Vida Consagrada: O Natal no interior de Angola e no nordeste Brasileiro

Fátima, Santarém 22 dez 2014 (Ecclesia) – Dois frades menores Capuchinhos, que têm em comum a vocação franciscana, recordaram o Natal da sua infância no interior de Angola e no nordeste do Brasil, diferente da atualidade mas comuns na celebração do nascimento de Jesus.

“O Natal da minha aldeia era beber uma gasosa, estar com o grupo de meninos e ir à igreja fazer teatros”, conta o custódio da angolana da Ordem dos Frades Menores Capuchinhos à Agência ECCLESIA.

O frei Afonso Nteka, natural da aldeia de Quimazebo, Município da Damba e Província do Uíge, explica que antes da celebração do dia de Natal, que “normalmente” era orientada pelo catequista, teatralizavam “o nascimento do Menino Jesus”.

No domingo seguinte, o sacerdote passava pela aldeia para “celebrar o Natal do Senhor” com esta comunidade numa celebração eu incluía “cânticos, danças, um folclore”, recorda.

Para o frade capuchinho de Angola o Natal da sua meninice, “das aldeias, é “muito diferente do de hoje” mas considera que eram “momentos bonitos” que vale a pena recordar.

Natural do nordeste do Brasil, o frei Francisco Barreto, recordou as memórias e vivências de uma quadra vivida em família mas como criança dedicava atenção “mais à festa, aos foguetes, na cidade os enfeites e música na noite de Natal”.

No nordeste, o Natal era acompanhado dos cheiros e sons de quem vive numa zona rural: “Com o cheiro da vaca, do boi, do jumento, trabalhando na produção de alimento para sustento familiar com o meu pai”, explica.

A vida na “roça” não permitia a abundância ou mesmo chocolates, bolos e doces mas a refeição no Natal, como revela o frade capuchinho, era “normal, de pessoas pobres” que alimentavam-se do que “melhor” que produziam.

“No tempo do Natal acrescentava-se um pouco mais de leite, de milho, farinha, pão”, acrescentou.

O frei Francisco Barreto relembra ainda, na sua infância, o “deslumbramento das estrelas, dos animais e a maravilhosa noite de Natal de Jesus”.

Frade há mais de 40 anos comenta ainda que só descobriu o “verdadeiro Natal” quando fez os votos religiosos.

“É a alegria de viver a paz no coração, a fraternidade com todas as pessoas que estão ao nosso lado, frades e também com as famílias”, frisou frei Francisco Barreto.

Os dois entrevistados estiveram em Portugal e participaram num internacional dos Capuchinhos intitulado ‘Os frades pelos caminhos da Europa e do Mundo’, em Fátima.

Ao longo desta semana o programa de rádio «Ecclesia», na Antena 1 da rádio pública, a partir das 22h45, partilha as memórias do Natal da infância de quatro religiosos e, a meio da semana, no dia 24 de dezembro, recorda tradições natalícias e muita música desta quadra.

SN/CB

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