Viana: Diocese celebra 40 anos sem ceder ao pessimismo

D. Anacleto Oliveira fala numa Igreja diocesana que chega à idade adulta

Viana do Castelo, 03 nov 2017 (Ecclesia) – A Diocese de Viana do Castelo celebra hoje o seu 40.º aniversário de fundação desta e começa a viver um Ano Jubilar, com a abertura da Porta Santa na Sé, com o seu bispo a mostrar esperança no futuro.

“A nossa principal preocupação é ultrapassar um certo pessimismo que se instaurou”, disse D. Anacleto Oliveira à Agência ECCLESIA.

Em entrevista que integra o dossier da mais recente edição do Semanário ECCLESIA, o responsável fala numa diocese que “adquiriu uma idade adulta”.

“Tem pessoas, tem estruturas que se foram construindo lentamente, tem já muito um sentido diocesano. Por isso, pareceu-me muito oportuno que déssemos uma importância especial a esta celebração dos 40 anos”, precisa o bispo da Diocese de Viana.

A Missa na Sé diocesana, pelas 10h00, marca também a abertura da “Porta Santa da Gratidão”, seguindo a dinâmica do mais recente jubileu, com a “mesma possibilidade de indulgência plenária”, adiantou D. Anacleto Oliveira.

O prelado mostra a preocupação de aproveitar “aquilo que há de bom, de muito bom, e novos sinais de vitalidade, nomeadamente até os que vêm de fora, como os Caminhos de Santiago”.

“A sociedade vem-nos mostrando que há muita gente sedenta de Deus, do sobrenatural”, acrescentou.

Em termos sociais, o bispo de Viana do Castelo admite que continua a haver “gente pobre, gente miserável, a viver na rua”, o que exige “uma atenção especial”.

“Mas tenho uma visão muito esperançosa em relação ao futuro desta zona do país”, observou.

A desertificação das aldeias do interior da diocese é um dos motivos que tem levado à proposta de criação de unidades pastorais, uma mudança que exige “sacerdotes que queiram trabalhar em equipa” e o fim de um certo “bairrismo”.

“É uma preocupação que temos, algo em que temos de investir, porque se não nos unirmos mais, a diocese não terá futuro”, adverte D. Anacleto Oliveira.

Este 40.º aniversário está em destaque na nova edição do Semanário ECCLESIA, com uma entrevista ao bispo da diocese do Alto Minho, e um retrospetiva histórica.

D. Anacleto Oliveira destaca o contributo dos bispos que ao longo das décadas passaram pela região, desde D. Júlio Tavares Rebimbas a D. Armindo Lopes Coelho e D. José Augusto Pedreira.

Um dos eventos destinados a celebrar o 40.º aniversário da diocese é a transladação dos restos mortais de D. Júlio Tavares Rebimbas, primeiro bispo de Viana do Castelo, para a Sé diocesana, no dia 7 de janeiro de 2018, “no mesmo dia litúrgico da sua entrada na diocese”, a solenidade da Epifania do Senhor.

Para D. Anacleto, os 40 anos da Diocese de Viana são também uma ocasião para celebrar figuras como o Beato frei Bartomoleu dos Mártires (1514 -1590) e o Beato Paulo VI, “pai” da diocese vianense.

A 3 de novembro de 1977, o Papa Paulo VI erigiu canonicamente a Diocese de Viana do Castelo, separando-a da Arquidiocese de Braga, pela Constituição Apostólica ‘Ad aptiorem populi Dei’.

A área da diocese, com 2255Km2, coincide com território civil do distrito de Viana do Castelo, contando 291 paróquias e uma população de 241 mil habitantes, dos quais 216 900 são católicos (89,88%).

CB/OC

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