Roma: Representantes de 134 países, incluindo Portugal, festejaram com o Papa os 50 anos do Caminho Neocatecumenal

Francisco destacou anúncio «desprendido» de Deus que faz parte do «ADN» do movimento e que deve servir de exemplo para a Igreja Católica

Foto: Vatican News

Cidade do Vaticano, 05 mai 2018 (Ecclesia) – O Papa recebeu hoje em Tor Vergata, nos arredores de Roma, cerca de 150 mil membros do Caminho Neocatecumenal vindos de todo o mundo, também de Portugal, por ocasião do 50.º aniversário deste movimento católico.

Na mensagem deixada aos participantes desta celebração, Francisco convidou todos a dizerem “obrigado” por este aniversário e destacou um movimento que através “da vivência do Evangelho e da evangelização” tem ajudado tantas pessoas e famílias a encontrarem Deus e a Igreja e a “descobrirem o amor terno do Pai”.

“A sua bondade não depende de nós. Qualquer coisa que façamos, Deus continua a amar-nos com fidelidade. Esta é a fonte da nossa fidelidade, a grande consolação da nossa vida. Então, coragem, nunca deixem a tristeza entrar! E quando as nuvens comecem a ensombrar a vossa jornada, lembrem-se sempre do amor fiel de Deus”, exortou o Papa argentino.

Durante a celebração com representantes da Comunidade Neocatecumenal em 134 nações do mundo, incluindo de países atingidos por situações de conflito, como o Iraque, o Líbano e Israel, Franscisco cumprimentou de forma especial aqueles que “iniciaram o caminho há 50 anos” e presidiu à cerimónia de envio de vários grupos e famílias do movimento.

Elementos que vão estar em missão e procurar afirmar a fé cristã em vários territórios, no próprio país de origem e no estrangeiro.

“A evangelização é a prioridade da Igreja de hoje. A missão é anunciar o Senhor que quer o bem de todos e que nunca se cansará da humanidade, de mim, de ti, de nós e de todo o mundo. A missão é dar o que recebemos”, apontou o Papa.

Papa com Kiko Argüello, um dos fundadores da Comunidade Neocatecumenal – Foto: Vatican News

Que considerou esta dinâmica de um anúncio “desprendido”, presente “no DNA” dos da Comunidade Neocutecumenal, na ação evangelizadora das famílias, como um exemplo essencial, “um grande dom para a Igreja Católica deste tempo”.

“Só uma Igreja que renuncia ao mundo pode anunciar bem o Senhor. Só uma Igreja despojada do poder e do dinheiro, liberta de triunfalismos e clericalismos, pode testemunhar de modo credível Cristo que liberta o Homem”, alertou.

Na cerimónia de envio, foram abençoados pelo Papa 34 grupos que vão estar em missão ‘ad gentes’ em várias partes do mundo, e também 25 comunidades de paróquias italianas.

O Caminho Neocatecumenal nasceu em Espanha, por iniciativa do pintor e músico Kiko Argüello e da missionária Carmen Hernández, já falecida; é reconhecido pela Igreja Católica como um itinerário de formação católica válido para a sociedade e os dias de hoje.

A Portugal chegou por volta de 1969, trazido por Kiko Argüello , que foi viver para a Penha de França, em Lisboa, tendo-se afirmado ao longo dos anos como um dos movimentos católicos mais emergentes no país, contando atualmente com mais de 300 comunidades espalhadas pelas dioceses portuguesas.

Destaque ainda para a existência de três seminários com vocações que brotam deste movimento, em Lisboa, em Évora e no Porto.

JCP

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