Vaticano: «Promovam a vida e não se deixem enganar pela cultura da morte» – Francisco

Papa evocou 10.º aniversário da canonização de São João Paulo II, rezando pela paz

Foto: Lusa/EPA

Cidade do Vaticano, 24 abr 2024 (Ecclesia) – O Papa apelou hoje, no Vaticano, à promoção da vida humana e à rejeição da “cultura da morte”, evocando a figura de São João Paulo II (1920-2005), que canonizou a 27 de abril de 2014.

“Promovam a vida e não se deixem enganar pela cultura da morte. Por sua intercessão, peçamos a Deus o dom da paz, pelo qual ele, como Papa, tanto trabalhou”, disse, no final da audiência pública semanal, a que presidiu na Praça de São Pedro.

Francisco recordou o percurso do pontífice polaco, Papa entre 1978 e 2005.

“Olhando para a sua vida, podemos ver o que o homem pode alcançar aceitando e desenvolvendo dentro de si os dons de Deus: fé, esperança e caridade. Permaneçam fiéis à sua herança”, pediu aos peregrinos da Polónia, presentes na audiência geral.

O Papa quis recordar o sofrimento das populações na “martirizada Ucrânia, a Palestina, Israel, Mianmar, que estão em guerra, e tantos outros países”.

“A guerra é sempre uma derrota, os que mais ganham são os fabricantes de armas. Por favor, rezemos pela paz, rezemos pela martirizada Ucrânia, que sofre tanto, tanto”, declarou.

Os soldados jovens, que caminham para a morte… rezemos. E rezemos também pelo Médio Oriente, por Gaza, onde se sofre tanto, na guerra. Rezemos pela paz entre a Palestina e Israel, que sejam dois Estados, livres e com boas relações. Rezemos pela paz”.

Depois de um ciclo de reflexões sobre as virtudes cardeais – prudência, justiça, fortaleza e temperança -, o Papa apontou às “atitudes fundamentais” que caracterizam a vida dos cristãos, as chamadas virtudes “teologais”: fé, esperança e caridade.

A intervenção falou das virtudes teologais como “o grande antídoto para a autossuficiência”.

“Quantas vezes certos homens e mulheres moralmente impecáveis correm o risco de se tornarem, aos olhos de quem os conhece, presunçosos e arrogantes”, advertiu.

O grande dom das virtudes teologais é a existência vivida no Espírito Santo. O cristão nunca está só. Faz o bem não através de um esforço titânico de compromisso pessoal, mas porque, como discípulo humilde, caminha atrás do mestre Jesus.

Francisco assinalou que a soberba é “um veneno poderoso”, do qual “basta uma gota para arruinar toda uma vida caracterizada pelo bem”, porque coloca no centro de tudo o próprio “eu”.

“O bem não é apenas um fim, mas também um modo. O bem precisa de muita discrição, de muita gentileza. Acima de tudo, o bem precisa de despojar-se daquela presença por vezes demasiado incómoda que é o nosso eu”, explicou.

Após a reflexão, o Papa saudou os grupos presentes na Praça de São Pedro, incluindo os peregrinos de língua portuguesa, incluindo um grupo de Braga.

“Abramos os nossos corações à ação do Espírito Santo, para que faça crescer em nós a fé, a esperança e o amor”, apelou.

Francisco recordou que, nesta quinta-feira, se celebra a festa litúrgica de São Marcos, “o evangelista que descreveu de forma viva e concreta o mistério da pessoa de Jesus de Nazaré”.

“Convido todos a deixar-se fascinar por Cristo, a colaborar com entusiasmo e fidelidade na construção do Reino de Deus”, concluiu.

OC

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