Vaticano: Papa reza por «misericórdia e piedade» para o povo da Ucrânia

Francisco dedicou reflexão ao «fogo» do Evangelho, que «não deixa as coisas como estão»

Foto: Lusa/EPA

Cidade do Vaticano, 14 ago 2022 (Ecclesia) – O Papa rezou hoje por “misericórdia e piedade” para o povo da Ucrânia, evocando as consequências da guerra no país.

“A misericórdia é o caminho de salvação para cada um de nós e para todo o mundo. Peçamos ao Senhor uma misericórdia especial, misericórdia e piedade, para o martirizado povo ucraniano”, disse, após a recitação do ângelus, com milhares de peregrinos

Francisco evocou o ato de dedicação levado a cabo por São João Paulo II, há 20 anos, quando o Papa polaco consagrou o mundo no Santuário da Misericórdia Divina, Lagiewniki, na Polónia.

“Hoje, mais do que nunca, vemos o sentido deste gesto, que queremos renovar na oração e no testemunho de vida”, declarou.

A reflexão dominical de Francisco partiu de uma passagem do Evangelho segundo São Lucas, na qual Jesus afirma: “Vim lançar fogo sobre a terra e que desejo Eu, senão que já estivesse ateado!” (Lc 12,49).

“Jesus veio trazer o Evangelho ao mundo, ou seja, a boa notícia do amor de Deus por cada um de nós. Por isso nos diz que o Evangelho é como um fogo, porque se trata de uma mensagem que, quando irrompe na história, queima os velhos equilíbrios de viver, desafia a sair do individualismo, a superar o egoísmo, passar da escravidão do pecado e da morte para a nova vida do Ressuscitado”, explicou.

O Evangelho não deixa as coisas como estão, mas provoca a mudança e convida à conversão. Não oferece uma falsa paz intimista, mas acende uma inquietude que nos coloca em caminho, impele a abrir-nos a Deus e aos irmãos”.

O Papa convidou a superar uma “religiosidade reduzida a práticas exteriores” e a ideia de fé remetida para o “bem-estar individual”, que leva a “fugir dos desafios da vida e do compromisso na Igreja e na sociedade”.

“Nas nossas comunidades arde o fogo do Espírito, a paixão pela oração e pela caridade, a alegria da fé, ou arrastamo-nos no cansaço e no costume, com o rosto embotado e a lamentação nos lábios?”, questionou.

OC

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