Vaticano: Papa lamenta crueldade e «vítimas indefesas» das guerras de hoje

Francisco evoca Médio Oriente e Ucrânia, apelando a cultura de paz e perdão

Foto: Lusa/EPA

Cidade do Vaticano, 31 jan 2024 (Ecclesia) – O Papa evocou hoje a “crueldade” e as “vítimas indefesas” dos conflitos que atingem milhões de pessoas, associando-se ao Dia Nacional das Vítimas Civis da Guerra, que se celebra na Itália a 1 de fevereiro.

“Em memória orante por aqueles que morreram nas duas guerras mundiais, associamo-nos também aos muitos – demasiados – civis, vítimas indefesas das guerras que infelizmente ainda mancham de sangue o nosso planeta, como acontece no Médio Oriente e na Ucrânia”, disse Francisco, no final da audiência pública que decorreu esta manhã, no Vaticano.

“Que o seu grito de dor toque o coração dos responsáveis das nações e suscite projetos de paz”, acrescentou.

Perante milhares de peregrinos reunidos no Auditório Paulo VI, o Papa sublinhou que, “quando se leem histórias destes dias de guerra, há tanta crueldade, tanta”.

“Peçamos ao Senhor a paz, que é sempre mansa, nunca é cruel”, apelou.

A reflexão semanal de Francisco abordou o pecado da “ira”, propondo uma “arte do perdão”, que trave a violência.

“Não passemos a noite sem procurar a reconciliação, a fim de cortar pela raiz esta espiral demoníaca”, recomendou, convidando os católicos a “levar para a oração o compromisso de perdoar aos outros como Deus perdoa”.

Há homens que reprimem a ira no local de trabalho, parecendo calmos e controlados, mas que, uma vez em casa, se tornam insuportáveis para a esposa e os filhos. A ira é um pecado desenfreado: é capaz de tirar-nos o sono e de nos fazer tramar continuamente na nossa mente, sem conseguirmos encontrar uma barreira aos raciocínios e aos pensamentos”.

O Papa destacou que todos são pecadores e, por isso, todos “precisam de aprender a perdoar para ser perdoados”.

A reflexão distinguiu a ira da “santa indignação”, perante situações de injustiça e de “opressão”.

Durante a audiência, Francisco recordou a celebração da festa litúrgica de São João Bosco (1815-1888), que “ajudou muitos jovens nas suas dificuldades e, com o seu zelo apostólico, os levou a Cristo”.

“Convido-vos a imitá-lo, educando os jovens na fé e formando-os nas várias ciências e profissões, para um futuro melhor, em que a humanidade possa gozar de paz, fraternidade e tranquilidade”, pediu.

O Papa saudou os peregrinos de língua portuguesa, convidando-os a “pedir ao Senhor uma fé grande” para “ver a realidade com os olhos de Deus”, e uma “grande caridade” para se aproximarem das pessoas com “o seu coração misericordioso”.

OC

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