Vaticano: Papa denuncia «hipocrisia» religiosa que explora os outros

Francisco recorda críticas de Jesus a responsáveis que viviam de «aparências» e alimentavam sistema corrupto

Foto: Vatican Media

Cidade do Vaticano, 10 nov 2024 (Ecclesia) – O Papa denunciou hoje a “hipocrisia” na prática religiosa, convidando a “fazer o bem sem aparecer e com simplicidade”.

“Jesus, no templo de Jerusalém, denuncia perante o povo a atitude hipócrita de alguns escribas”, recordou Francisco, antes da recitação do ângelus, evocando figuras religiosas que desempenhavam um “papel importante” na comunidade de Israel e entraram várias vezes em confronto com o ensinamento de Cristo.

“Comportavam-se como pessoas corruptas, alimentando um sistema social e religioso em que era normal tirar vantagem às custas dos outros, especialmente dos mais indefesos, cometendo injustiças e garantindo a impunidade”, acrescentou.

Falando perante milhares de pessoas reunidas na Praça de São Pedro, o Papa destacou a falta de coerência num “comportamento que, muitas vezes, não correspondia ao que ensinavam” os responsáveis religiosos no tempo de Jesus.

A intervenção alertou para uma “fachada de falsa respeitabilidade e de legalismo”, que transformava a prática religiosa num “instrumento de prepotência e de manipulação”.

Jesus, advertiu Francisco, “ensina coisas muito diferentes sobre a autoridade”.

“Ele fala dela em termos de abnegação e de serviço humilde, de ternura materna e paterna para com as pessoas, especialmente em relação às necessitadas”, precisou.

Atuo com humildade ou tiro vantagens da minha posição? Sou generoso e respeitoso com as pessoas ou trato-as de forma rude e autoritária? E com as pessoas mais frágeis, estou próximo delas, sei inclinar-me para ajudá-las a levantar-se?”.

Foto: Vatican Media

Após a oração, o Papa evocou a beatificação do padre José Torres Padilla (1811-1878), cofundador da Congregação das Irmãs da Companhia da Cruz, que se celebrou este sábado, na cidade espanhola de Sevilha.

“Viveu em Espanha no século XIX e distinguiu-se como sacerdote confessor e guia espiritual, testemunhando uma grande caridade para com os necessitados. Como exemplo, apoiemos especialmente os sacerdotes no seu ministério”, apelou, pedindo um aplauso para o novo beato.

Francisco evocou ainda a população da ilha das Flores, na Indonésia, afetada pela erupção de um vulcão.

“Rezo pelas vítimas, pelas suas famílias e pelos que ficaram desalojados”, declarou.

OC

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