Francisco apela à fraternidade, com reflexão sobre a Eucaristia
Cidade do Vaticano, 28 jul 2024 (Ecclesia) – O Papa denunciou hoje o “escândalo” do comércio de armas, num mundo com fome, lançando um apelo à fraternidade.
“Enquanto há tanta gente no mundo a sofrer de calamidades e de fome, continuam a fabricar-se e a vender armas e a queimar recursos, alimentando guerras grandes e pequenas”, lamentou Francisco, falando após a recitação da oração do ângelus.
“Este é um escândalo que a comunidade internacional não deve tolerar e que contradiz o espírito de fraternidade dos Jogos Olímpicos, que acabam de começar. Não nos esqueçamos, irmãos e irmãs, a guerra é uma derrota”, acrescentou.
O encontro com milhares de peregrinos, reunidos na Praça de São Pedro, começou com uma reflexão sobre a Eucaristia, “dom de todos, transformado pelo Senhor em alimento para todos”.
“É um momento belíssimo, o da Comunhão, que nos ensina a viver cada gesto de amor como um dom de graça, tanto para quem dá como para quem recebe”, declarou o Papa.
Francisco partiu do relato do milagre dos pães e dos peixes, narrado no Evangelho de São João, convidando à partilha de tudo o que se tem.
“É um gesto que pode parecer pouca coisa, se pensarmos nas imensas necessidades da humanidade, precisamente como os cinco pães e os dois peixes diante de uma multidão de milhares de pessoas; mas Deus faz dele a matéria do milagre, o maior milagre que existe: aquele em que Ele mesmo se torna presente entre nós, para a salvação do mundo”, precisou.
A intervenção evocou três gestos que Jesus faz na Última Ceia: “oferecer, dar graças e partilhar”.
“Acredito realmente, pela graça de Deus, ter algo único para dar aos meus irmãos, ou sinto-me anonimamente um entre tantos?”, perguntou o Papa aos presentes.
Após a oração, Francisco recordou as vítimas do deslizamento de terras na Etiópia, que provocou mais de 250 mortes na área de Gofa, sudoeste do país.
“Estou próximo dessa população tão provada e daqueles que estão a prestar socorro”, disse.
OC