Vaticano: Papa assistiu a documentário sobre a Ucrânia e reafirma que «as guerras sempre são uma derrota»

«Devemos estar próximos a tamanho sofrimento e rezar por este povo, rezar para que venha a paz» – Francisco

Foto: Vatican Media

Vaticano, 22 nov 2023 (Ecclesia) – O Papa Francisco assistiu ao documentário ‘Freedom on Fire: Ukraine’s fight for freedom’ [‘Liberdade em chamas: a luta da Ucrânia pela liberdade’ tradução livre], esta terça-feira, às 18h30 (menos uma hora em Lisboa), na Sala Nova do Sínodo.

“As guerras sempre são uma derrota. Nós, que vimos esta crueldade, este povo que defende a sua identidade, devemos estar próximos a tamanho sofrimento e rezar por este povo, rezar para que venha a paz”, disse o Papa, no final da projeção, divulga o portal ‘Vatican News’.

O Papa Francisco saudou ainda individualmente alguns convidados e regressou à Casa Santa Marta.

Já na manhã desta quarta-feira, na audiência pública semanal, Francisco evocou, para além da guerra na Terra Santa, “aqueles que sofrem com as guerras em tantas partes do mundo, especialmente pelo querido povo da Ucrânia, a martirizada Ucrânia”.

O documentário ‘Freedom on Fire: Ukraine’s fight for freedom’, foi escrito e dirigido por Evgeny Afineevsky; o cineasta de origem russa e naturalizado norte-americano, que também tomou da palavra após o minuto de silêncio em oração pelas vítimas da guerra na Ucrânia, que se seguiu à projeção do filme, antes do Papa falar.

Na Sala Nova do Sínodo, a assistir ao documentário, que estreou fora de competição na 79ª edição do Festival de Cinema de Veneza (2022), estavam alguns convidados italianos, estrangeiros e membros do Corpo Diplomático, como o embaixador da Ucrânia junto à Santa Sé, Andrii Yurash, informa ainda o portal de notícias do Vaticano.

Foto: Vatican Media

O diplomata Andrii Yurash foi recebido em audiência pelo Papa, no dia 22 de setembro, e ofereceu um urso de peluche a Francisco evocando crianças mortas por bombas na guerra na Ucrânia, que começou a 24 de fevereiro de 2022.

A embaixada da Ucrânia junto à Santa Sé informa que esta quinta-feira o secretário de Estado do Vaticano, cardeal Pietro Parolin, vai presidir a uma Missa pelos 90 anos de Holodomor, na igreja de Sant’Andrea della Valle, às 16h00 locais (menos uma hora em Lisboa).

Há um ano, Papa Francisco enviou uma carta ao povo ucraniano, com data de 24 de novembro, nos nove meses da “absurda loucura da guerra” com a Rússia, e lembrou o “terrível” “genocídio” Holodomor, que já tinha assinalado na audiência geral de quarta-feira: “O extermínio pela fome de 1932-33, causado artificialmente por Estaline”.

A chamada ‘Grande Fome’ ucraniana terá provocado a morte de milhões de pessoas, sendo ligada às políticas de coletivização forçada das propriedades agrárias, promovidas pelo regime comunista soviético.

Em 2008, no 75.º aniversário do Holodomor, o Papa Bento XVI deixou votos de que “nunca mais ordenamento político algum possa, em nome de uma ideologia, negar os direitos da pessoa humana, a sua liberdade e dignidade”, garantindo a sua “oração por todas as vítimas inocentes daquela tragédia”.

CB/OC

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