Vaticano: Igreja tem de encontrar «caminhos adequados» para valorizar papel das mulheres, diz o Papa

Francisco alerta para «grave discriminação» no acesso à educação, por parte de meninas e jovens em todo o mundo

Foto: Vatican Media

Cidade do Vaticano, 07 mar 2024 (Ecclesia) – O Papa apelou hoje à criação de caminhos para a valorização das mulheres, sublinhando que “a Igreja precisa delas”.

“Ajudemo-nos mutuamente, sem pressões e sem lágrimas, mas com um discernimento atento, dóceis à voz do Espírito Santo e fiéis na comunhão, a encontrar os caminhos adequados para que a grandeza e o papel da mulher sejam mais valorizados no Povo de Deus”, referiu, num discurso divulgado pelo Vaticano e lido por um colaborador.

Francisco, ainda a recuperar de problemas respiratório, encontrou-se com as participantes do Congresso Internacional Interuniversitário “Mulheres na Igreja: artífices do humano”, que tem lugar na Universidade Pontifícia da Santa Cruz, em Roma, entre hoje e amanhã.

O Papa destacou a importância da formação das meninas e jovens, em todo o mundo.

“Num mundo em que as mulheres continuam a sofrer tantas violências, desigualdades, injustiças e maus-tratos, existe uma grave discriminação, que está precisamente ligada à formação das mulheres”, advertiu.

De facto, em muitos contextos tal educação é temida, mas o caminho para sociedades melhores passa precisamente pela educação das meninas, das adolescentes, das jovens, da qual beneficia o desenvolvimento humano”.

O congresso destaca o testemunho de santidade de dez mulheres – Josefina Bakhita, Madalena de Jesus, Elizabeth Ann Seton, Maria da Cruz MacKillop, Laura Montoya, Catarina Tekakwitha, Teresa de Calcutá, Rebeca de Himlaya ar-Rayyas, Maria Beltrame Quattrocchi e Daphrose Mukasanga.

“Todas elas, em tempos e culturas diferentes, com estilos diversos e com iniciativas de caridade, educação e oração, deram provas de como o génio feminino pode refletir, de forma única, a santidade de Deus no mundo”, indica a reflexão do Papa.

Francisco elogia a “capacidade única de compaixão” das mulheres, em especial numa época “dilacerada pelo ódio”.

“É um tempo em que a humanidade tem necessidade de se sentir amada, mas, em vez disso, é muitas vezes marcada pela violência, pela guerra e por ideologias que sufocam os sentimentos mais belos do coração”, acrescenta o texto.

O Papa desafia o meio académico católico a propor “testemunhos de santidade” aos estudantes.

“É importante conhecer os santos, particularmente os santos, em toda a profundidade e especificidade da sua humanidade, para que a formação seja ainda mais capaz de tocar cada pessoa na sua integridade e singularidade”, realçou.

OC

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