Vaticano: Comissão Teológica Internacional deve «dar passo corajoso» e desenvolver a «teologia da sinodalidade»

Francisco manifestou o desejo de visitar a Turquia, nos 1700 anos do Concílio Ecuménico de Niceia, num encontro com a Comissão Teológica Internacional 

Foto: Vatican Media

Cidade do Vaticano, 28 nov 2024 (Ecclesia) – O Papa Francisco pediu hoje uma “teologia da sinodalidade”, convidando os membros da Comissão Teológica Internacional a “dar um passo corajoso” para que a reflexão acompanhe uma nova etapa “missionária, mais criativa e ousada”.

“Chegou o momento de dar um passo corajoso: desenvolver uma teologia da sinodalidade, uma reflexão teológica que ajude, encoraje e acompanhe o processo sinodal, para uma nova etapa missionária, mais criativa e ousada, inspirada no querigma e que tenha a participação de todos os membros da Igreja”, pediu o Papa numa audiência, no Vaticano.

Francisco centrou a sua reflexão em dois pedidos: na “centralidade de Cristo” e na necessidade de “desenvolver a dimensão eclesiológica”, indicando o “objetivo missionário da sinodalidade e a participação de todo o Povo de Deus na sua variedade de culturas e tradições”.

Aos membros da Comissão Teológica Internacional, o Papa pediu para se “voltar a colocar Cristo no centro”, lembrando que o Jubileu, que a Igreja católica celebra em 2025, bem como o “aniversário de 1700 anos do primeiro grande Concílio Ecuménico”, são oportunidades para “redescobrir a face de Cristo” e “reorientar” o agir “para Ele”.

Francisco manifestou ainda o desejo de visitar a Turquia, assinalando o aniversário do Concílio Ecuménico de Niceia.

“O Concílio de Niceia, ao afirmar que o Filho é da mesma substância que o Pai, põe em evidência algo essencial: em Jesus, podemos conhecer o rosto de Deus e, ao mesmo tempo, também o rosto do homem, descobrindo-nos filhos no Filho e irmãos um dos outros. Essa fraternidade enraizada em Cristo torna-se para nós um dever ético fundamental”, valorizou.

“Os teólogos são chamados a favorecer o encontro com Cristo, aprofundar o significado do seu mistério”, indicou Francisco, pedindo que, a partir da reflexão de Niceia, os teólogos possam produzir “um documento” que “alimente e aprofunde a fé dos fiéis” e ofereça “indicações e reflexões úteis para um novo paradigma cultural e social, inspirado precisamente na humanidade de Cristo”.

“Num mundo complexo e muitas vezes polarizado, tragicamente marcado por conflitos e violências, o amor de Deus que se revela em Cristo e que nos é dado no Espírito, torna-se um apelo dirigido a todos, para que aprendamos a caminhar na fraternidade e a ser promotores de justiça e de paz. Só assim poderemos lançar sementes de esperança onde quer que vivamos”, sublinhou, num discurso publicado pela Sala de Imprensa da Santa Sé.

“Voltar a colocar Cristo no centro significa reavivar esta esperança e a Teologia é chamada a fazê-lo, num trabalho constante e sapiencial, em diálogo com todos os outros saberes”, pediu ainda.

LS

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