Sudão do Sul: Fundação AIS lança em Portugal campanha de ajuda de emergência para os refugiados da guerra civil

Um conflito que já causou milhares de mortos e milhões de deslocados e de refugiados

Foto: Fundação AIS

Lisboa, 27 jun 2024 (Ecclesia) – A Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (FAIS) acaba de lançar, em Portugal, uma campanha de sensibilização para a crise humanitária que se vive no Sudão do Sul e em que se procura auxiliar a igreja daquele país.

“O conflito armado no Sudão, que começou em abril do ano passado e que é, na verdade, uma guerra entre dois exércitos, dois generais, já causou milhares de mortos e milhões de deslocados e de refugiados”, lê-se numa nota enviada à Agência ECCLESIA.

Com esta guerra calcula-se que poderão já ter morrido cerca de 15 mil pessoas. Além disso, haverá também cerca de 10,7 milhões de deslocados e refugiados, o que significa uma das maiores crises humanitárias no Planeta, acrescenta

Dramaticamente para estas populações, quase não se fala desta situação pelo que esta é, de facto, uma das guerras esquecidas no mundo. Trata-se de um conflito entre o exército do general Abdel Fattah al-Burhane e as forças paramilitares de Suporte Rápido (RSF), sob o comando do general Mohamed Hamdane Daglo.

No entanto, contrariando o silêncio do mundo sobre esta guerra, o Papa Francisco tem procurado alertar para a situação devastadora que se vive na região.

Segundo o Vatican News, citando o Comité Permanente Interagências da ONU, vive-se “um cenário de pesadelo” que vai espalhar a fome por toda a região.

“Cada vez mais pessoas fugirão para os países vizinhos em busca de meios de subsistência e segurança”, pelo que “muitas crianças sofrerão com doenças e desnutrição”, escreve o portal de informação da Santa Sé, acrescentando que no Sudão “18 milhões de pessoas passam fome e 3,6 milhões de crianças sofrem de desnutrição”.

Perante esta situação, e face aos apelos da Igreja do Sudão do Sul, a FAIS decidiu lançar uma campanha de sensibilização aos seus benfeitores e amigos em Portugal para a necessidade de ajuda de emergência para todas estas vítimas da guerra.

“O Sudão do Sul está a viver uma das fases mais desafiantes da sua curta história”, escreve a diretora do secretariado português da AIS numa carta que, por estes dias, está a chegar a casa de milhares de benfeitores da fundação pontifícia.

“A guerra no vizinho Sudão está a provocar uma crise humanitária sem precedentes, obrigando milhares de pessoas a fugir. Estas famílias, despojadas de tudo, procuram agora refúgio e esperança no Sudão do Sul, país onde falta quase tudo. E é aqui que a Igreja e a Fundação AIS entram em acção”, acrescenta Catarina Martins de Bettencourt.

Na carta que está a ser enviada para casa dos benfeitores portugueses da FAIS, dá-se voz a diversos apelos da Igreja, nomeadamente do arcebispo de Juba, a diocese da capital do Sudão do Sul, D. Stephan Ameyu, que fala em “necessidades gigantescas”.

“Por favor, venham em ajuda destas pessoas deslocadas que não têm comida, não têm água, não têm tendas nem bens de primeira necessidade”, diz o arcebispo, acrescentando que todos os refugiados que cruzaram a fronteira, fugiram da guerra e estão sem nada.

“Deixaram tudo para trás, fugindo para salvar a vida”, completa.

LFS

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