Solidariedade: «Estamos a combater a pobreza», salienta Maria João Rodrigues, voluntária no Banco Alimentar

Professor Paulo Victória sublinha importância de «sair de casa e ajudar alguém que não se sabe quem é»

Foto: Agência ECCLESIA/CB

Lisboa, 27 nov 2022 (Ecclesia) – O Banco Alimentar Contra a Fome está a realizar a campanha de recolha de alimentos, hoje e este domingo, com o lema ‘Juntos, vamos alimentar a esperança’, e o apoio de “mais de 40 mil voluntários”.

“É muita gente, são números muito grandes, estimamos mais de 40 mil voluntários, este fim de semana, espalhados pelos supermercados, transportes, armazéns, em 21 bancos alimentares”, disse hoje Isabel Jonet, presidente da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome, em declarações à Agência ECCLESIA.

O professor Paulo Victória, da disciplina de Educação Moral e Religiosa Católica (EMRC) no Colégio Valsassina, levou alunos para o Banco Alimentar e assinalou a importância de “proporcionar aos alunos experiências que não têm dentro de uma escola”, e referiu que este motivar os alunos para este voluntariado “tem muito a ver com a fé, que não é só dita, anunciada, mas também praticada”, e com o colégio laico mas “de inspirarão humanista”.

“Ajudar é isto prático, sair de casa, vir para este rebuliço, e ajudar alguém que a gente não sabe quem é, porque o Banco Alimentar vai fornecer uma série de instituições. Foi um desafio que ia fazendo e um dia propus encontrar aqui com eles às 21h00, eles gostam de sair à noite, e o Secundário apareceu em peso. Está a fazer nove anos no mínimo, e viemos todas as campanhas que existiram nos últimos anos”, explicou à Agência ECCLESIA.

Maria João Rodrigues tem 15 anos e foi o Colégio, mais concretamente o professor de EMRC, que lhe deu “esta experiência ótima”, que adorou, por isso, sempre que pode, participa em todas as campanhas de recolha de alimentos.

“Venho para aqui porque acho que vamos aprender não só a ser solidário mas é uma experiência única, e vamo-nos sentir realizados, porque sabemos que vamos ajudar alguém, e saber que esta comida vai ser dada a uma família que precisa é um sonho, estamos a combater a pobreza”, desenvolveu.

Foto: Agência ECCLESIA/CB

Maria João Rodrigues, que teve por uns minutos o presidente da República ao seu lado no tapete rolante, adianta que tenta sempre levar os “amigos, a família, porque quantos mais melhor”, já conseguiu levar o pai, que “nunca tinha feito voluntariado apesar de doar alimentos”.

O Colégio Valsassina tem várias ações de voluntariado – semanal de apoio escolar, animação de um lar de terceira idade -, e este surge para quem “não têm muito tempo para o voluntariado mas em duas campanhas anuais estão lá”, acrescentou Paulo Victória.

Afonso Coalho, 21 anos, é voluntário há cerca de seis anos, começou quando estava “no Secundário no Colégio”, atualmente estuda no mestrado em Engenharia e Ciências Moleculares no Instituto Superior Técnico, e motiva-o a ir “a generosidade dos portugueses”.

“Desde o primeiro ano, que o espírito das pessoas era fantástico, toda a entreajuda que existe no armazém para conseguirmos doar todos os alimentos, corresponder à generosidade dos portugueses, e todo o conceito da iniciativa do Banco Alimentar é mesmo muito interessante”, referiu em declarações à Agência ECCLESIA.

Segundo o estudante de mestrado, podem ter as melhores notas, “ter o melhor emprego, um salário ótimo”, mas sozinhos na verdade não são nada, e “este sentimento da solidariedade é fantástico, podemos partilhar o nosso tempo aos outros”.

Afonso Coalho também faz parte do Núcleo de Engenharia Química do Técnico (NEQ) e recorda que há quatro anos que tentava levar outras pessoas do curso, este ano conseguiu “quase 30 pessoas” e “é fantástico um grande número que não conhecia esta iniciativa”, agora tem a esperança de quando acabar o curso, eles continuem a ir, o que “vai ser ótimo”.

Paulo Victória, o professor de Educação Moral e Religiosa Católica realçou que esta disciplina tem “um papel fundamental na escola”, e pode ser esta proposta “aos alunos como ajudar desinteressadamente”, “dar oportunidades para que arrisquem, saiam dos seus mundos”.

CB

Notícia atualizada às 14h52

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