Solenidade de Cristo-Rei: «Os clamores da Paz impõem-se com urgência» – arcebispo de Évora

Deão da catedral de Évora leu mensagem do D. Francisco Senra Coelho na Eucaristia celebrada este domingo, que se realizou um dia depois do Dia Diocesano da Juventude

Évora, 25 nov 2024 (Ecclesia) – O arcebispo de Évora afirmou, numa mensagem lida na Missa da Solenidade de Cristo-Rei, na Sé da cidade, que “os clamores da Paz impõem-se com urgência às grandes mutações migratórias por humanização”.

“Os clamores pela Paz impõem-se com urgência às grandes mutações migratórias por humanização, os jovens procuram e lutam com esperança por um futuro de verdade, autenticidade, transparência e todos desejamos implementar a justiça face ao grito dos pobres e da terra”, referiu o texto lido pelo deão da catedral, cónego José Morais Palos.

Numa nota enviada à Agência Ecclesia, a Arquidiocese de Évora informa que devido a “um incidente ocorrido” no sábado, o arcebispo de Évora D. Francisco José Senra Coelho não pode presidir à celebração como estava agendado, tendo por isso sido substituído pelo cónego José Morais Palos.

“Cristo Rei de Amor, Justiça e Paz, envia-nos como missionários da Esperança a Caminho do Ano Santo. Faz de nós teus instrumentos na edificação da nova civilização de Amor”, pediu ainda o arcebispo de Évora na mensagem.

Na homilia da Eucaristia, que decorreu após o Encontro dos Movimentos e Obras de Apostolado, o cónego José Morais Palos defendeu que “nunca se pode dissociar o título de Rei dado a Jesus da crítica que ele dirigiu ao poder e à riqueza”.

“Jesus não é rei à maneira dos reis deste mundo que exercem domínio e se impõem pela força”, destacou.

O sacerdote sublinhou que o “reino de Jesus é um espaço de amor e de graça de Deus; é vida nova, perdão universal, mesa posta para todos”.

“O rei Jesus senta-se nela com os pecadores, é irmão de todos, comove-se com a dor e a morte, é o ‘bom samaritano’, abraça os mais pequenos e diz que o seu reino é dos que são como as crianças”, afirmou.

Segundo o sacerdote, “neste reino de Jesus quem ocupa o primeiro lugar são os pobres, os excluídos, os esquecidos da história, aqueles cuja voz é abafada pelo ruído dos que se colocam sempre na primeira fila e ocupam todos os dias os blocos noticiosos”.

“Jesus é Rei, porque dá testemunho da verdade”, assinalou.

O deão da catedral criticou a falsidade e a mentira que hoje “imperam muito mais que no passado”.

“Mentir quase que se transformou no pressuposto necessário para alcançar os objetivos no campo político, económico e social… Mas também no pequeno mundo das nossas relações há pequenas formas de mentira usadas para encobrir coisas menos boas e cultivar as aparências… O disfarce parece que se tornou comum”, apontou.

O cónego José Morais Palos sublinhou que “o seguidor de Jesus é um discípulo de verdade, porque Ele é a verdade”.

“Aderir ao Reino de Deus é aderir à verdade do projeto de Deus sobre o mundo revelado em Jesus Cristo. Com Ele, todos fomos elevados à dignidade de filhos participando do amor do Pai e isto tem consequências na nossa forma de estar na vida”, disse.

Na bênção final, o Cónego José Morais garantiu a oração da Arquidiocese de Évora pelo arcebispo, fazendo votos das “rápidas melhoras” e, dirigindo-se aos responsáveis dos Movimentos Eclesiais e das Obras de Apostolado, desafiou todos à missão, a caminho do Ano Santo 2025.

Foto: Arquidiocese de Évora

No dia anterior, a Arquidiocese de Évora viveu o Dia Diocesano da Juventude, em que se promoveu “a interação e partilha entre pares por meio da oração, da reflexão, de momentos lúdicos e de momentos de lazer”.

“No decorrer do dia, os jovens tiveram a oportunidade de ouvirem os testemunhos de como outros estão a viver o seu caminho para santidade”, pode ler-se na nota enviada pela Arquidiocese à Agência Ecclesia.

LJ/OC

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