Autarca salienta importância do evento não só para Ourém, como também para a região Centro e turismo religioso em Portugal
Fátima, 23 fev 2024 (Ecclesia) – O presidente da Câmara Municipal de Ourém reconheceu ontem a importância da realização dos Workshops Internacionais de Turismo Religioso (IWRT), em Fátima, e do impacto que têm para a região e para o país.
“Este é um evento, talvez o maior evento deste género que se realiza no mundo inteiro e tem sido fundamental para que possamos cada vez mais consolidar a marca Fátima e também o turismo religioso”, afirmou Luís Miguel Albuquerque, em declarações à Agência ECCLESIA, a propósito do XI edição da iniciativa que decorre em Fátima, até esta sexta-feira.
O autarca defende que a realização do evento é relevante “não só para a região de Ourém, não só para o município”, mas para “a região centro” e o turismo religioso em Portugal.
O presidente da Câmara fala nos números de visitantes do Santuário de Fátima que têm vindo a subir “constantemente, de forma consolidada” e defende que se deve ao trabalho que tem sido feito pelo Santuário, pelo município, pela ação empresarial.
“Mas também fruto deste encontro que temos realizado e que tem potenciado a que muitos operadores turísticos do mundo inteiro melhor conheçam a nossa realidade, melhor conheçam as nossas potencialidades e, com isso, poderem trazer mais gente, mais pessoas ao nosso país”, destacou.
A presidente da Associação Empresarial Ourém-Fátima (ACISO), uma das organizadoras do evento, afirmou que o foco da iniciativa está “nas reuniões de contactos de negócio”, “como forma de fazer com que os pequenos empresários tenham acesso a ações de promoção dos seus produtos e serviços”.
“São pequenas unidades, muitas delas familiares, com grande qualidade no serviço, mas que não teriam de outra forma oportunidade de ir contactar operadores turísticos nos diferentes cantos do mundo e que assim tenham a oportunidade de reunir com eles e de estabelecer contactos com eles aqui neste evento”, explicou Purificação Reis.
Esse é sempre um compromisso renovado de apoiar os empresários nacionais da região e de Fátima, os empresários do setor do turismo e levá-los a poderem estabelecer contactos com estes operadores turísticos que nós trazemos cá”.
Uma das temáticas abordadas nos XI IWRT foi a Inteligência Artificial e, segundo Purificação Reis, há sempre “os prós e os contras da utilização de qualquer ferramenta tecnológica”, ainda assim esta “condiciona a forma como o setor se vai desenvolvendo”.
A responsável indica que ferramentas como o chatbot e ChatGPT providenciam um itinerário turístico segundo perfil, a idade, os locais já visitados e os gostos de cada um e que “isso põe em causa” a forma como as agências de viagens estão a desenvolver o seu negócio.
“Têm de se adaptar de forma diferente, têm de inovar […] apresentar os serviços de uma forma diferente ou alguma coisa que não seja aquilo que as ferramentas de inteligência artificial passam a poder fazer e a fazê-lo bem”, salienta.
Purificação Reis considera que, ainda assim, “o setor de turismo vive muito da experiência do lugar, do território, vive muito de se ter contacto com as culturas locais, com as populações locais e esse aspeto é sempre um aspeto muito humano e não substituível”.
Sobre a 20ªedição do Congresso Internacional de Turismo Religioso e Sustentável (CITRyS), acolhido em Fátima pelos XI IWRT, que se realiza pela primeira vez em Portugal, depois de duas edições em Espanha, o presidente de Ourém destaca a sua importância no debate e na reflexão sobre o “futuro do turismo” do país.
Por sua vez, a presidente da ACISO constata que as temáticas da sustentabilidade “estão e passam a estar cada vez mais presentes em todas as áreas de atividade” e em todas as áreas da vida de cada um”: “É um facto que são preocupações a que ninguém pode ficar alheio”.
“O turismo, sendo um setor com tradições de um significativo impacto ambiental, quer assumir também este compromisso de procurar novas formas de fazer turismo, minimizando e muitas das vezes até contribuindo para a sustentabilidade de territórios e contribuindo para que, por exemplo, territórios do interior desertificados possam ter alguma dinâmica e possam ter algum suporte económico também para as pequenas comunidades”, adiantou.
Nas intervenção nos XI IWRT, Luís Miguel Albuquerque defendeu Santarém como a localização do futuro aeroporto internacional.
“O futuro aeroporto também ajudará a ser sustentável com o fluxo que anualmente chega a Fátima para o turismo religioso e tenho certeza que se tivermos o aeroporto mais perto de Fátima, mais pessoas poderão vir a Fátima e, portanto, somos suspeitos e, obviamente, temos que fazer também aquilo que nos é devido, fazendo força”, disse à Agência ECCLESIA.
Na edição deste ano, os Workshops Internacionais de Turismo Religioso apresentam um novo logótipo e uma nova imagem no site.
“Foi basicamente renovar um bocadinho a imagem em termos de comunicação e utilizar mais a imagem da pomba, símbolo de paz, e das pombas que acompanhavam o andor de Nossa Senhora […]”, esclarece.
Os XI Workshops Internacionais de Turismo Religioso (IWRT) decorrem em Fátima, até sexta-feira e seguem para a cidade da Guarda, no sábado.
CB/LJ/OC
   Os XI Workshops Internacionais de Turismo Religioso (IWRT) tiveram o Paraguai, como destino convidado; a delegação do país da América do Sul foi liderada pela ministra do Turismo, Angie Duarte de Melillo. “Para nós ter sido o destino convidado é muito importante; Tem muito atrativo, património cultural, património gastronómico, muito artesanato, apresentar-se como destino de muita cultura, de muita religiosidade popular, chegar a um destino muito importante na Europa para nós é muito importante”, disse Margarita Ortiz, da Cámara Paraguaya de Turismo de las Misiones Jesuíticas, em declarações à Agência ECCLESIA, observando que “muitas pessoas, muitos europeus não conhecem” este destino. A organização dos IWRT divulgou que o Paraguai abriu as suas portas ao Turismo Religioso com produtos turísticos como a Rota dos Jesuítas, o Caminho Franciscano, o Circuito Mariano e o Circuito da Fé do Guairá, aliando gastronomia, cultura e ambientes naturais. Margarita Ortiz explicou que a Rota dos Jesuítas “é a fusão dos guaranis”, dos antepassados do país, com a chegada da Companhia de Jesus, os jesuítas, ao Paraguai, realçando que “propiciaram o desenvolvimento de uma sociedade perfeita, é uma obra cultural da humanidade”. “A mais perfeita que conhecemos porque desenvolveram muito a arte, os indígenas foram evangelizados com o seu idioma, o idioma guarani, e potencializaram a escrita, a pintura, a fusão da gastronomia guarani, com a cultura dos jesuítas, a cultura dos europeus. E é o que permanece nestes 400 anos de história”, acrescentou a entrevistada da da Cámara Paraguaya de Turismo de las Misiones Jesuíticas, sobre uma cultura tradicional, “a cultura jesuítica-guarani”. Margarita Ortiz explicou que esta rota no seu país abrange oito povos, mas compreende outros país da América latina, a rota começa em San Ignacio Guazú, – no sul do Paraguai a 225 km de Assunção – o município onde vive, até Santo Ângelo no Brasil (no Estado do Rio Grande do Sul) e “passa por 30 povos do Paraguai, Argentina e Brasil”. |