Sínodo: Participantes unem-se em oração com o Papa, evocando migrantes de todo o mundo

Responsável libanês evoca «tragédia» dos refugiados sírios

Foto: Ricardo Perna

Cidade do Vaticano, 19 out 2023 (Ecclesia) – Os participantes na assembleia sinodal que decorre no Vaticano vão unir-se hoje ao Papa Francisco, na Praça de São Pedro, numa oração pelos migrantes e refugiados de todo o mundo.

O cardeal Michael Czerny, prefeito do Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral, destacou o simbolismo desta iniciativa, que coloca o Sínodo a “caminhar junto com algumas das pessoas mais vulneráveis do planeta”.

O colaborador do Papa denunciou o “terrível silêncio” das sociedades que rejeitam os migrantes e refugiados.

A oração tem início marcado para as 19h15 (menos uma em Lisboa), em volta do monumento aos migrantes ‘Angels Unaware’, criado pelo artista canadiano Timothy P. Schmalz.

A primeira sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, com o tema ‘Para uma Igreja sinodal: comunhão, participação, missão’, começou a 4 de outubro; Francisco decidiu que a mesma terá uma segunda etapa, em 2024.

D. Daniel Ernest Flores, bispo de Brownsville (EUA), presidente delegado da assembleia sinodal, esteve hoje com os jornalistas, na sala de imprensa da Santa Sé, destacou a “experiência muito desafiadora” numa diocese de fronteira, junto ao México.

Também o arcebispo de Pretória (África do Sul), D. Anton Dabula Mpako, falou à imprensa do desafio do “cuidado pastoral” de muitos migrantes e refugiados, no seu país.

“Não tem sido fácil, porque às vezes somos inundados” por pedidos de ajuda, admitiu.

O padre Khalil Alwan, do Líbano, testemunha do processo sinodal nas Igrejas do Médio Oriente, destacou a presença de mais de 2 milhões de refugiados sírios no seu país, que desde 2011, vivem em campos, em “condições desumanas”, ou partem em “barcos de morte”, rumo à Europa.

O Líbano tornou-se um “país de asilo”, com tensões internas e consequências sobre toda a população, indicou o sacerdote, pedindo que a comunidade internacional ajude a colocar um “ponto final a esta tragédia”.

Os trabalhos desta sessão decorrem até 29 de outubro e as reflexões são desenvolvidas em 35 grupos de trabalho linguístico (círculos menores), constituídos por 11 pessoas e um “facilitador”, incluindo um grupo de língua portuguesa.

Aos 365 votantes, entre eles 54 mulheres, somam-se, sem direito a voto, 12 representantes de outras igrejas e comunidades cristãs (delegados fraternos), oito convidados especiais e colaboradores da Secretaria-Geral do Sínodo.

OC

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