Sínodo 2024: Secretária da Comissão para a Informação destaca missão confiada a mulher africana (c/vídeo)

Sheila Leocádia Pires faz balanço positivo da experiência das sessões dos últimos dois anos

Cidade do Vaticano, 27 out 2024 (Ecclesia) – Sheila Leocádia Pires, secretária da Comissão para a Informação do Sínodo que se encerrou hoje em Roma, destacou a importância da missão que desempenhou, como mulher africana, nestes anos de Assembleia.

“Foi uma grande oportunidade, não só para mim, mas para as mulheres nesta área de comunicação católica, para as mulheres africanas, para ase mulheres do sul global”, disse a jornalista, à Agência ECCLESIA, após a Missa de encerramento da XVI Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, presidida pelo Papa Francisco.

A secretária da Comissão para a Informação comparecia, no briefing diário sobre os trabalhos, para informar os jornalistas sobre os temas abordados pelos participantes no Sínodo, trabalhos que decorreram à porta fechada.

“Sou jornalista católica, mas foi a primeira vez a trabalhar para a comunicação neste nível, principalmente para um Sínodo, e estou muito grata”, refere.

A responsável pelas Comunicações da Conferência dos Bispos Católicos da África Austral, natural de Moçambique, fala de uma experiência “espectacular” e uma “oportunidade única”.

A Assembleia Sinodal contou com uma equipa de comunicadores para as redes sociais e a outra equipa para a sala de imprensa da Santa Sé.

Sheila Leocádia Pires acredita ter contribuído com “algo diferente”, para todo este trabalho.

“Foi uma oportunidade para mostrar que nós, os africanos, também podemos”, indica, sublinhando ainda ter sido esta a primeira vez que uma mulher foi nomeada secretária da Comissão de Informação do Sínodo dos Bispos.

A profissional deixa uma mensagem aos jovens jornalistas católicos que começam o seu percurso: “É uma missão, é um dom que Deus nos deu e é nosso dever levar o Evangelho para fora, através da comunicação”.

 

A assembleia sinodal, cuja segunda sessão decorreu de 2 a 27 de outubro, com o tema ‘Por uma Igreja sinodal: participação, comunhão, missão’, começou com a auscultação de milhões de pessoas, pelas comunidades católicas, em 2021; a primeira sessão da XVI Assembleia Geral do Sínodo decorreu em outubro de 2023.

A segunda sessão teve 368 membros com direito a voto, dos quais 272 bispos e mais de 50 votantes, entre religiosas e leigas de vários países.

Francisco promulgou o documento final aprovado pelos participantes e enviou diretamente às comunidades católicas, sem publicação de exortação pós-sinodal, num gesto inédito que segue a possibilidade prevista na constituição apostólica ‘Episcopalis communio‘ (2018), assinada pelo atual Papa.

Após a Eucaristia conclusiva, na Basílica de São Pedro, Austen Ivereigh, perito da Assembleia Sinodal, disse à Agência ECCLESIA que “o mais importante do documento final é mostrar como é que a Igreja se faz sinodal”.

“É uma conversão das relações, das formas de ser e das formas de tomar decisões. É uma conversão da cultura da Igreja”, precisou.

Para o jornalista britânico, autor de uma biografia do Papa Francisco, compete agora a cada católico “pensar como é que, ao nível da paróquia, da diocese, da nação, se pode converter a forma como se fazem as coisas, para deixar mais espaço à consulta, à escuta e ao Espírito Santo”.

 

O Sínodo dos Bispos, instituído por São Paulo VI em 1965, pode ser definido, em termos gerais, como uma assembleia de representantes dos episcopados católicos de todo o mundo, a que se juntam peritos e outros convidados, com a tarefa ajudar o Papa no governo da Igreja.

OC

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