Sínodo 2024: Perito português sublinha que reformas na Igreja exigem «tempo» (c/vídeo)

Padre Miguel de Salis Amaral, que se estreia na Assembleia, destaca experiência de universalidade do catolicismo

Foto: Agência ECCLESIA/OC

Octávio Carmo, enviado da Agência ECCLESIA ao Vaticano

Cidade do Vaticano, 03 out 2024 (Ecclesia) – O padre português Miguel de Salis Amaral, perito na segunda sessão da XVI Assembleia Geral do Sínodo, disse hoje à Agência Ecclesia que qualquer reforma na Igreja exige “tempo”.

“A Igreja está sempre em reforma, há sempre coisas para ajustar”, indicou o docente da Universidade Pontifícia da Santa Cruz, em Roma, sublinhando a “pedagogia de saber que as coisas grandes nascem pequenas e precisam de tempo para crescer”.

O sacerdote, que se estreia como participante nesta assembleia sinodal, assinala que “a fé encarnada é vida e precisa também desses ajustes, para que de facto o Evangelho possa chegar a todos”.

Questionado sobre o que encontrou na sala de trabalhos, o perito português sublinha a “experiência de catolicidade”, que leva a um “enriquecimento pessoal de vivência de Igreja.

Há gente do Líbano, da Síria, de muitos lugares onde a Igreja está a sofrer, é perseguida. Nós em Portugal, graças a Deus, não temos uma situação de guerra, mas noutros países há, e ver essas pessoas aqui a testemunhar um pouco a sua visão da sinodalidade, de como escutar o outro, é uma coisa que me enriquece”.

O docente universitário considera que, no ensinamento do Papa, fica claro que “a missão vai mais além de tudo o que é um Sínodo”, descobrindo “os melhores modos para ir ao encontro de cada geração”.

“O Evangelho está sempre à espera de ser encarnado, de ser transmitido (…) às vezes é feito com uma reunião na paróquia, outras vezes é feito com um texto de alguém, às vezes com a vida santa de alguém que transforma e mostra na prática como é que o Evangelho é vivido”, acrescentou.

Para o Miguel de Salis Amaral, a sinodalidade é “mais um espaço, um espaço que agora a Igreja está a querer olhar com mais atenção, para transmitir o Evangelho”.

O professor de eclesiologia e ecumenismo coordenou uma obra sobre “os desafios da reforma missionária” proposta pelo Papa, com docentes de várias instituições académicas de Roma.

OC

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