Sínodo 2024: Missa evocou população atingida pela «atrocidade» da guerra no Líbano

Vigário patriarcal maronita presidiu a celebração, na Basílica de São Pedro

Foto: Lusa/EPA

Cidade do Vaticano, 09 out 2024 (Ecclesia) – Os participantes na XVI Assembleia Geral do Sínodo reuniram-se hoje na Basílica de São Pedro para celebrar a Missa no rito da Igreja maronita, evocando as vítimas da guerra no Líbano.

“É importante recordar, ao longo do nosso caminho sinodal, que o futuro das nossas Igrejas e dos nossos respetivos países, especialmente em tempos de crise, não deve depender apenas de cálculos e análises geoestratégicas e geopolíticas”, disse D. Paul Rouhana, vigário patriarcal maronita da região de Sarba (Líbano), na homilia da celebração.

O responsável denunciou a “atrocidade da guerra que grassa desde 7 de outubro de 2023 na Terra Santa, com novos focos no Líbano e noutros países da região”.

A homilia apresentou passagens da carta que o Papa Francisco enviou aos católicos do Médio Oriente, esta segunda-feira, apontando o dedo à “vergonhosa incapacidade da comunidade internacional” de silenciar as armas e pôr fim à tragédia da guerra”.

A Missa segundo o rito da Igreja Siro-Antioquiana Maronita foi apresentada aos participantes como “sinal concreto” de proximidade com as populações atingidas pelo conflito.

D. Paul Rouhana recordou que, a 20 de outubro, o Papa vai canonizar os 11 “mártires de Damasco”, mortos em 1860 – oito religiosos franciscanos e três leigos maronitas, os irmãos Massabki.

“Perante o estado de guerra e de violência em muitas partes do mundo, que significa o fracasso e a rutura do diálogo e conduz a uma monstruosa rejeição de toda a convivência social, que mensagem profética nos podem dar os santos em tempos de crise?”, questionou.

O responsável católico apresentou os santos como “mestres na escuta da Palavra de Deus, que é o fundamento do caminho sinodal”.

“Os cristãos no caminho sinodal também não se cansarão de recordar o ensinamento revolucionário de Jesus, segundo o qual o amor a Deus e o amor ao próximo são inseparáveis e se interpelam constantemente”, acrescentou.

A 7 de outubro de 2023, o grupo islamista palestiniano Hamas promoveu uma série de ataques contra Israel, matando 1200 pessoas e sequestrando 251, das quais cerca de 100 permanecem reféns.

Em resposta, o exército israelita lançou uma ofensiva militar contra a Faixa de Gaza, que provocou 41 900 mortos; nas últimas semanas, a guerra alastrou até ao Líbano, visando o grupo xiita Hezbollah, aliado do Irão.

OC

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