Sínodo 2021-2024: Subsecretário regista avanços num «processo de renovação e de esperança»

D. Luis Marín destaca importância da participação de todos numa Igreja que «não exclui ninguém»

Foto: Ricardo Perna

Cidade do Vaticano, 03 nov 2023 (Ecclesia) – D. Luis Marín, subsecretário do Sínodo dos Bispos, considerou que a assembleia sinodal que decorre até 2024, por decisão do Papa, é um processo que “está a avançar”, alargando-se à participação de todos.

“A Igreja não exclui ninguém, apenas aqueles que se querem excluir, a Igreja não expulsa, mas acolhe. É lar, é família. E é um processo em que estamos a avançar com alegria e em que cada vez mais pessoas participam, neste processo de renovação e de esperança que é a sinodalidade”, disse à Agência ECCLESIA o colaborador do Papa.

Entre os dias 4 e 29 de outubro, decorreu no Vaticano a primeira sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, com o tema ‘Para uma Igreja sinodal: comunhão, participação, missão’, que vai continuar, em 2024, por decisão do Papa Francisco.

“A Igreja é sinodal, portanto a Igreja escuta, a Igreja abre-se, a Igreja é participação, é de todos. E este é um que vamos conseguindo. Lembramo-nos daquilo que o Papa disse em Lisboa, que todos nós temos bem presente: todos, todos, todos! É isso mesmo, todos, todos, todos”, realça D. Luis Marín.

O subsecretário do Sínodo dos Bispos fala num “processo que está a crescer”, usando a imagem de um rio, ao qual se vão juntando afluentes.

“A sinodalidade é abertura, é escuta ouvir toda a gente, é sentir que todos fazemos parte da Igreja e que todos devem ser ouvidos”, observa.

Questionado sobre se a sinodalidade pode ser vista como um exercício prático de ser Igreja, o responsável destaca que se trata de “uma experiência”.

“Tem de ser vivida, é caminhar juntos, ou seja, é aprofundar o nosso encontro com Cristo, é sentirmo-nos membros de uma família que todos os cristãos formam, é continuar a avançar no dinamismo e no impulso evangelizador. Isto é caminhar e fazemo-lo juntos”, declara.

Quanto ao relatório de síntese, publicado no final da primeira sessão, é desejo dos responsáveis que o documento regresse às dioceses, às Conferências Episcopais para “continuar a ouvir, continuar a refletir, para nos ajudar nesta segunda sessão que terá lugar em outubro de 2024”.

“Nas próximas semanas, especificaremos algumas indicações para trabalhar neste período intercalar e penso que é importante compreender o que foi refletido”, adianta.

D. Luis Marín admitiu a existência de tensões e dúvidas, como acontece numa família, mas deixa uma mensagem de esperança.

“A vida é assim, mas juntos vamos ultrapassá-las, juntos vamos esclarecê-las, juntos vamos dar passos e juntos, acima de tudo, estamos a viver o entusiasmo da fé. Acho que isto é bonito, é bonito ser cristão, é bonito fazer parte da igreja, da família de Deus. Cristo é de uma atualidade impressionante”, conclui.

A entrevista ao subsecretário do Sínodo dos Bispos integra a próxima emissão do programa ‘70×7’ (RTP2), este domingo, pelas 17h30, dedicado à primeira sessão da assembleia convocada pelo Papa Francisco.

O Sínodo dos Bispos pode ser definido, em termos gerais, como uma assembleia de representantes dos episcopados católicos de todo o mundo, a que se juntam peritos e outros convidados, com a tarefa ajudar o Papa no governo da Igreja.

OC

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