Sínodo 2021-2024: Processo exige «participação de todos» – Padre Paulo Terroso

Membro da Comissão de Comunicação rejeita visão do período entre sessões como «entretanto preguiçoso»

Padre Paulo Terroso
Foto: Ricardo Perna/Família Cristã

Braga, 13 dez 2023 – O Padre Paulo Terroso, membro da Comissão de Comunicação do Sínodo 2021-2024, considera que se vive atualmente um tempo de “indiferença”, sublinhando que “a participação de todos é fundamental” no processo lançado pelo Papa.

“Nós não podemos viver este momento como um entretanto preguiçoso”, alertou o sacerdote da Arquidiocese de Braga, reconhecendo que no relatório síntese da primeira sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo se encontram “propostas muito concretas” e questões que “precisam de ser aprofundadas”.

“Às vezes, falta este entusiasmo, esta paixão, esta alegria, que significa o Sínodo, de abrir a participação de todos, de uma igreja com um novo impulso missionário”, observa.

De 4 a 29 de outubro decorreram os trabalhos da primeira sessão desta Assembleia, com o tema “‘Para uma Igreja sinodal: comunhão, participação, missão”, na qual foi aprovado um documento de síntese; a segunda etapa vai decorrer em outubro de 2024, com os mesmos participantes.

Para o padre Paulo Terroso, este Sínodo é “absolutamente fundamental para a vida da Igreja”, mas lamenta que se sinta um clima de resignação: “Eu acho que muitas pessoas não perceberam o que está a acontecer”.

“Aqueles 20 capítulos que ali estão [relatório], ou 20 temas, não têm de ser abordados todos, mas dadas as circunstâncias, ou da diocese, ou da conferência episcopal, que entenda fundamental no seu todo para a Igreja em Portugal, pode-se organizar congressos, pode-se envolver teólogos, pastoralistas, canonistas, a trabalhar determinadas matérias, a aprofundar, a dar o seu contributo”, indica.

Independentemente de que às vezes possa haver uma iniciativa ao nível diocesano, grupos de reflexão podem ser criados e devem ser criados”.

“Espera-se também alguma iniciativa, ou eu pelo menos espero, como padre e como membro desta igreja, a viver neste país”, defende o sacerdote, que partilha a visão de que “as pessoas estavam à espera de mais” e que este Sínodo sempre teve alguma dificuldade em envolver as pessoas por causa do termo “sinodalidade”, que muitos não entenderam o que estava em causa.

O Vaticano apresentou esta terça-fera um conjunto de orientações para os meses que precedem a segunda sessão da XVI Assembleia Geral do Sínodo dos Bispos, que apela à mobilização das comunidades católicas.

O documento convida a cada Igreja local “a efetuar uma nova consulta, determinando as modalidades concretas com base no que parece possível no tempo disponível”

O Sínodo dos Bispos pode ser definido, em termos gerais, como uma assembleia de representantes dos episcopados católicos de todo o mundo, a que se juntam peritos e outros convidados, com a tarefa ajudar o Papa no governo da Igreja.

LS/LJ/OC

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