Sínodo 2021-2024: Cardeal D. Américo Aguiar diz que há «défice» de participação nas comunidades católicas

Bispo de Setúbal apresentou «esperanças de uma Igreja Sinodal», na Semana Bíblica Nacional

Foto: Agência ECCLESIA/HM

Fátima, 28 ago 2024 (Ecclesia) – O cardeal D. Américo Aguiar elogiou hoje o processo sinodal lançado pelo Papa Francisco, referindo a necessidade de superar o “défice” de participação nas comunidades católicas.

“Vivemos um défice de cidadania, não só civil, mas também na pertença à Igreja. Estamos muito habituados a pronunciar-nos em circuito fechado, porventura, ou num teclado, que é muito mais cómodo, e depois, quando chega a hora de dar o corpo ao manifesto, pessoalmente, e arregaçar as mangas juntos e fazermos caminho, a adesão é mais lenta”, disse o bispo de Setúbal à Agência ECCLESIA.

O responsável falava em Fátima, onde apresentou aos participantes na Semana Bíblica Nacional 2024 uma reflexão sobre o tema ‘O Sínodo e as esperanças de uma Igreja Sinodal’.

“Entramos em modo sinodal para ficar e é muito importante que a experiência tenha sido positiva”, assinala.

Para D. Américo Aguiar, o processo lançado pelo Papa em 2021, com uma consulta global, permitiu dar voz a “alguns que nunca tinham tido a oportunidade de falar”, valorizando ainda a “riqueza de escutar”.

“É muito importante descobrir e ouvir, porque o outro, às vezes, tem a solução, tem a experiência, tem a realidade da vida e dos problemas que nos ajudarão, que nos iluminarão a tomar as decisões mais certas”, observa o cardeal.

A Semana Bíblica Nacional, este ano intitulada ‘O Evangelho da Esperança’, decorre de 25 a 29 de agosto, no Centro Bíblico dos Capuchinos, em Fátima.

Ao apresentar as “esperanças de uma Igreja Sinodal”, o bispo de Setúbal quis recordar os “milhares e milhares de homens e mulheres no mundo inteiro que se pronunciaram, que refletiram” sobre esta temática.

“É um processo no qual estamos empenhados, tantos, tantos, tantos – não digo todos, todos, todos, mas muitos, muitos, muitos -, que se empenharam nas várias fases: paroquial, vicarial, diocesana, de movimentos, de obras, até de consulta no continente digital dos influencers católicos e não só”, precisou.

Foto: Agência ECCLESIA/HM

O responsável convidou à oração para que “cada homem e mulher que está presente no Sínodo seja sensível ao que o Espírito Santo tem para dizer à Igreja, hoje”.

A segunda sessão da XVI Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos vai decorrer de 2 a 27 de outubro, com o tema ‘Para uma Igreja sinodal: comunhão, participação, missão’.

O documento de trabalho para esta sessão, intitulado ‘Como ser Igreja sinodal missionária’, apresenta 112 pontos, divididos em três partes, com uma introdução e uma secção de “fundamentos”.

“No fim vamos caminhar juntos, reconhecendo que nesses ‘juntos’ há muita diversidade, há muita riqueza, que só pode melhorar as respostas finais que o Papa Francisco oferecerá à Igreja”, conclui D. Américo Aguiar.

O Sínodo dos Bispos pode ser definido, em termos gerais, como uma assembleia de representantes dos episcopados católicos de todo o mundo, a que se juntam peritos e outros convidados, com a tarefa ajudar o Papa no governo da Igreja.

HM/OC

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