Sínodo 2018: D. Joaquim Mendes propõe Igreja «família» como resposta a sentimento de «orfandade» dos jovens

Presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família interveio na 14ª congregação sinodal

Cidade do Vaticano, 17 out 2018 (Ecclesia) – O bispo português D. Joaquim Mendes disse hoje no Sínodo dos Bispos que só uma “Igreja-família” é capaz de dar resposta aos anseios dos jovens, assinalando que muitos se sentem “órfãos”, na sociedade atual.

“Há um sentimento de orfandade em muitos jovens. São numerosos os que nasceram e cresceram numa família desestruturada, que não sabem o que é uma família, que foram abandonados, que não foram amados”, referiu o presidente da Comissão Episcopal do Laicado e Família (CELF), na intervenção que proferiu durante a 14ª reunião geral da assembleia sinodal, dedicada às novas gerações.

A intervenção, enviada à Agência ECCLESIA, partiu da necessidade de proporcionar aos jovens “uma experiência familiar de Igreja”.

“Creio que não se pode educar e evangelizar sem chegar ao coração, e para chegar ao coração é preciso amar, acolher incondicionalmente, proporcionar uma experiência impregnada de um verdadeiro espírito de família”, precisou o bispo auxiliar de Lisboa, um dos representantes da Conferência Episcopal Portuguesa no Sínodo 2018.

Partindo do documento de trabalho da assembleia sinodal, o presidente da CELF sustentou que as paróquias devem ser “profecia de fraternidade”, como uma casa que acolhe, “espaço de encontro, lugar de crescimento e de vida”.

“Família para os que têm família, proporcionando aos jovens um ambiente familiar, onde se sintam acolhidos, amados, cuidados, acompanhados no seu crescimento, desenvolvimento integral e na realização dos seus sonhos e esperanças”, precisou.

D. Joaquim Mendes apelou a uma maior confiança nos jovens, para os quais pediu mais “espaços de acolhimento, participação e corresponsabilidade”, no plano pastoral das paróquias, dos movimentos e das escolas católicas.

O Sínodo é uma oportunidade para uma conversão pastoral e missionária das comunidades cristãs, para que proporcionem aos jovens aquilo que eles têm direito, anseiam, e esperam: uma Igreja família, onde eles se sintam parte viva, uma Igreja-casa onde todos têm lugar, onde todos se preocupam com todos, onde se experimenta a fraternidade cristã que brota da fé e do amor de Jesus”.

O presidente da CELF insistiu na necessidade de oferecer aos jovens “ambientes eclesiais permeados de um verdadeiro espírito de família”.

“Só um testemunho de amor materno de uma Igreja-família pode tocar o coração dos jovens e abrir caminho para o seu encontro pessoal com Jesus, com o Evangelho, conduzir à descoberta do sentido da vida, da alegria do serviço e do compromisso na transformação da própria Igreja e sociedade”, sustentou.

A 15.ª assembleia geral ordinária do Sínodo dos Bispos, com o tema ‘Os jovens, a fé e o discernimento vocacional’, decorre até 28 de outubro.

A Conferência Episcopal Portuguesa está representada por D. Joaquim Mendes, que foi eleito como relator do grupo de trabalho em língua portuguesa, e D. António Augusto Azevedo – bispo auxiliar do Porto e presidente da Comissão Episcopal das Vocações e Ministérios.

CB/PR

Intervenção de D. Joaquim Mendes na 14ª congregação sinodal

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