Scalabrinianos: Migrantes encontraram na Paróquia da Amora «uma comunidade aberta a todos os povos» (c/fotos)

Congregação religiosa celebra 50 anos de presença em Portugal

Seixal, 08 jun 2021 (Ecclesia) – Os missionários de São Carlos (Scalabrinianos) estão a celebrar os 50 anos de presença em Portugal, na Amora (Diocese de Setúbal), vistos pelo superior da Região Europa-Africa como “oportunidade de um grande serviço, uma grande missão” especialmente aos migrantes lusófonos.

“Temos nesta paróquia uma presença de muitas pessoas que nasceram aqui, mas os familiares eram da África lusófona, e encontraram nesta realidade uma comunidade aberta a todos os grupos étnicos, a todos os povos”, disse o padre Mauro Lazzarato.

Em declarações à Agência ECCLESIA, o superior regional da Europa e da Africa da Congregação dos Missionários de São Carlos sublinha que em Portugal é “preciso trabalhar com os migrantes, os refugiados”, porque o país “é um ponto de referência para os lusófonos”.

“É preciso que se encontre uma comunidade, uma sociedade, especialmente uma comunidade cristã, aberta a todos os povos, disponível a ajudar, a incluir nesta realidade, a fazer parte de uma mesma comunidade cristã”, desenvolveu o sacerdote italiano, que já esteve ao serviço da comunidade da Amora.

O superior geral da congregação missionária esteve na paróquia sadina para a celebração da Eucaristia que, no último domingo, celebrou 50 anos de presença Scalabriniana em Portugal.

“É motivo de grande gratidão a Deus, de grande gratidão à conferência dos bispos de Portugal e, de modo especial, à comunidade local que nos acolheu na Amora: Às comunidades de migrantes e comunidades dos padres que aqui estão e continuam a trabalhar em fidelidade a este carisma e esta missão”, disse o padre Leonir Chiarello.

O sacerdote referiu à Agência ECCLESIA que esta presença missionária “quer ser acolhedora” e, em sintonia com o que o Papa Francisco convida hoje, “ser uma Igreja que acolhe e recebe os migrantes reconhecendo neles a presença de Jesus, a presença de Deus”.

O superior geral dos Missionários de São Carlos recordou que a congregação chegou a Portugal no dia 3 de março de 1971, com “três grandes objetivos”: ser “uma presença missionária numa paróquia numa área de forte mobilidade humana”; ter uma “ação qualificada” nos organismos eclesiais do episcopado português para a migração; e “a formação de sacerdotes e agentes pastorais para a migração”.

Durante estes 50 anos procuramos ser fiéis a esta missão confiada à congregação pela Conferência Episcopal Portuguesa (CEP). Desenvolveu-se uma ação missionária bastante significativa com a construção, por exemplo, da igreja Beato Scalabrini, acompanhando também a igreja matriz e outras comunidades de migrantes na Amora”.

Sobre os outros objetivos, o padre Leonir Chiarello explicou que também procuraram “ser fiéis à ação qualificada nos organismos eclesiais”, com missionários ao serviço da CEP, e acompanham “comunidades portuguesas em vários países do mundo” – França, Luxemburgo, Inglaterra, Alemanha, EUA, Canadá, Argentina, Brasil, Austrália.

Foto: Inês Simões

O religioso brasileiro, por exemplo, teve “a alegria” de trabalhar “na maior paróquia da Suíça dos portugueses”, em Genebra, quando representava os Scalabrinianos nas Nações Unidas.

A formação de sacerdotes foi um dos “trabalhos significativos” da congregação e, no seminário na Amora, estudaram português, “a cultura portuguesa, e aprenderam a ser português com os portugueses”, para poderem estar ao serviço das comunidades lusófonas.

O bispo de Setúbal, D. José Ornelas, presidiu este domingo à Missa festiva, na igreja do Beato João Batista Scalabrini, na Paróquia de Amora.

A procissão inicial contou com várias bandeiras, representando as várias nacionalidades da comunidade local.

CB/OC

A Congregação dos Missionários de São Carlos foi fundada na Itália, em 1887, pelo Beato João Baptista Scalabrini, bispo de Piacenza e apóstolo dos migrantes, trabalha ao serviço dos migrantes, refugiados, marinheiros, pescadores, das “pessoas em mobilidade em todo o mundo”.

O padre Mauro Lazzarato realça que, na Europa, têm a oportunidade de trabalhar com os migrantes que chegam de África mas também do Leste.

“Na Itália, a congregação dos Padres Scalabrinianos estão a responder aos migrantes e refugiados especialmente em Roma, onde há uma casa de acolhimento para ajudá-los a integrar e incluir-se nesta nova sociedade, encontrado trabalho, casa para viver; É um grande desafio e esperamos ter a capacidade e as forças para responder aos migrantes que no meio do Mediterrâneo apresentam-se com necessidade de acolhimento, de ser ajudados nesta nova realidade”, concluiu.

 

 

Partilhar:
Scroll to Top