Santo Cristo: «Não fiquemos a admirar o divino, mas levemo-lo ao mundo», pediu bispo de Angra

D. Armando Esteves Domingues lembrou incêndio no Hospital de Ponta Delgada e destacou «onda de solidariedade»

Ponta Delgada, Açores, 07 mai 2024 (Ecclesia) – O bispo de Angra pediu às comunidades católicas que sejam “sempre Igreja de porta aberta” e que levem “o divino ao mundo”, na homilia da Missa da Irmandade das festas do Senhor Santo Cristo dos Milagres.

“Não fiquemos a admirar o divino, mas levemo-lo ao mundo, aos outros, testemunhando não só os valores humanos mas também o evangelho que professamos. Aqui há remédios para todos. Que o senhor Santo Cristo vos ajude na missão”, disse D. Armando Esteves Domingues, esta segunda-feira, na igreja de Nossa Senhora da Esperança.

Na informação enviada à Agência ECCLESIA, pela Diocese de Angra, o bispo diocesano afirmou que precisam de se “sentar” nos “lugares do mundo, às vezes contaminados por águas sujas”.

“Sejamos sempre esta Igreja de porta aberta, presente e disponível para beijar; Por vezes somos forretas em dizer obrigado, mas o amor não é forreta e quando vemos as coisas feitas com amor e por amor, temos mesmo de dizer: Obrigado!”, acrescentou, incentivando que todos saiam desta festa com “Cristo sempre presente, não só na Imagem, mas de olhos postos no sacrário”.

D. Armando Esteves Domingues lembrou a “tragédia do incêndio no Hospital do Divino Espírito Santo e todo o sofrimento que ainda está a provocar”, que fica “na memória” destas festas, mas destacou “a onda de solidariedade gerada por detrás desta tragédia”, no último sábado.

Na homilia da Missa da Irmandade do Senhor Santo Cristo dos Milagres, o responsável diocesano referiu que “as multidões são importantes, mas a conversão é pessoal” e agradeceu o trabalho da Irmandade nestas festas 2024, que estão a decorrer desde dia 3 de maio, marcadas “pela serenidade”.

“Vós sois o garante da tradição, mas sois também promotores da comunhão e por serdes uma das Irmandades mais numerosas e também com maior visibilidade mediática no país, tendes responsabilidades acrescidas”, salientou o bispo de Angra, realçando que essa responsabilidade “não é só para com Ponta Delgada, é para com toda a região”, uma responsabilidade que o Senhor Santo Cristo lhes “coloca nas costas”.

O portal ‘Igreja Açores’ informa que esta Missa teve “em especial atenção” os irmãos falecidos e os benfeitores da Irmandade do Senhor Santo Cristo dos Milagres, que organiza “estas festas maiores da Igreja nos Açores”, com o Santuário do Senhor Santo Cristo.

D. Armando Esteves Domingues fez também uma sugestão aos organizadores das festas que a vigília de domingo dê “visibilidade à questão vocacional que diz respeito à Igreja”, e explicou que se fala “sempre de vocações para a vida consagrada, religiosa e sacerdotal, mas também para outras vocações, como a família”.

Após a celebração, as Forças de Segurança, Proteção Civil, motards e taxistas, prestaram uma homenagem ao Senhor Santo Cristo com uma volta “ruidosa” ao Campo de São Francisco, uma manifestação que não integra o programa oficial das festas.

O bispo de Stockton, diocese na Califórnia (EUA), luso-descendente, presidiu às celebrações do Senhor Santo Cristo dos Milagres, em Ponta Delgada, e também nesta celebração de segunda-feira, onde marcou ainda presença o padre Larry Machado, da Paróquia portuguesa de Nossa Senhora da Assunção em Turlock.

“Participar nesta festa foi a experiência mais alta que tive como padre; quando faço uma visita aos Açores o meu coração fica sempre por cá. Depois desta visita julgo que as nossas duas dioceses vão ficar mais unidas numa irmandade muito bonita”, disse D. Myron Cotta, divulga o portal ‘Igreja Açores’ da Diocese de Angra.

A festa do Senhor Santo Cristo dos Milagres vai terminar esta quinta-feira, com a Eucaristia de encerramento, a partir das 18h00 locais (mais uma hora em Portugal continental), presidida pelo reitor do santuário, o cónego Manuel Carlos Alves.

CB/OC

 

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