Quaresma: D. António Couto pede «coração habitado pela paz» e «renovada caridade»

Diocese de Lamego vai destinar renúncia quaresmal a projetos em Timor-Leste, Chade e São Tomé e Príncipe

Foto: Agência ECCLESIA

Lamego, 04 mar 2022 (Ecclesia) – O bispo de Lamego pediu, na mensagem que escreveu para a Quaresma, que o “ódio e a violência” não tomem o coração do homem, abrindo espaço para a paz.

“As coisas do mundo não podem alimentar-te nem encher de perfume a tua vida. A tua alegria não está entre as coisas passageiras. Relâmpagos, tempestades, terramotos, sons e vozes da terra são estrangeiros para ti. Tu, meu irmão a tempo inteiro, não deixes de sentir os pés no chão do terreiro, mas mantém também a cabeça no céu, ao léu, para poderes ouvir sempre bem a voz de Deus, e ver bem, belo e bom, para tirar o argueiro da vista do teu irmão e companheiro. Que o ódio e a violência nunca tomem conta do teu coração. Que o teu coração seja habitação de paz. Que nunca te seduza o som das espingardas”, escreveu D. António Couto, num texto publicado no site da diocese.

O responsável alude ao conflito que no dia 24 de fevereiro foi desencadeado pelo ataque da Rússia à Ucrânia, lamentando que após a pandemia da Covid-19, “senhores do mundo”, “tiranos e prepotentes” consideram “matar e destruir”, considerando que “tudo o que há não passa de lixo e de estorvo”.

“Como se não bastassem as chagas a sangrar da pandemia da Covid-19 com que temos ainda de lidar, eis-nos já a braços com os tresloucados desvarios que de tempos-a-tempos assolam a nossa pobre humanidade, e trazem à tona a doença de chegarmos a pensar que somos deuses, no pior sentido, isto é, tiranos e prepotentes, senhores do mundo, senhores dos outros e de tudo! Maus e mais ou menos imortais, assim pensamos, podemos matar e destruir”, assinala.

A Quaresma iniciada com a Quarta-feira de Cinzas, um tempo “favorável que Deus dá para abrir caminhos novos de amor e de paz” entre os homens, um tempo de “conversão, de sementeira” para que nasça “um novo coração aberto aos irmãos mais necessitados”.

D. António Couto indica a importância de “renovar a caridade” neste tempo, “traduzida em renúncia quaresmal”.

Lamego vai destinar a ajuda a projetos espalhados pelo mundo, que contam com o contributo de pessoas originárias da diocese.

Dividida em três parcelas a renúncia quaresmal vai ajuda a construção de um Jardim de Infância e de uma Casa de Formação para Crianças e Jovens, em Laleia, em Timor-Leste, vai também apoiar “melhoramentos necessários” na paróquia de S. Kisito de Begou, Diocese de Sarh, no Chade e, a terceira parcela vai “apoiar as necessidades” de D. Manuel António, bispo da Diocese de S. Tomé e Príncipe.

LS

 

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